Produção agrícola em Benguela supera as 400 mil toneladas

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  • Benguela • Segunda, 19 Setembro de 2022 | 18h47
Zonas rurais carecem de infra-estruturas (Foto ilustração)
Zonas rurais carecem de infra-estruturas (Foto ilustração)
Morais Silva

Benguela – Nos últimos onze meses, a província de Benguela alcançou uma produção de 442 mil e 420 toneladas de culturas diversas no quadro da época agrícola 2021/22, um aumento de 67 mil e 420 toneladas em relação à última safra.

Segundo o chefe de Departamento Provincial da Agricultura, Pecuária e Florestas, Gabriel Martinho, que falava esta segunda-feira à ANGOP, os resultados ultrapassam as expectativas, uma vez que as projecções do sector apontavam para uma produção de 375 mil toneladas entre Setembro de 2021 a Julho de 2022.

Na base deste aumento na produção está, por um lado, a regularidade da chuva na região e, por outro, o apoio de 1.520 toneladas de fertilizantes distribuídos a pouco mais de 219 mil famílias camponesas, por parte do Ministério da Agricultura e Florestas, e do Governo Provincial de Benguela.

Como a actividade agrícola em Benguela depende em boa parte da chuva, por ser de sequeiro, Gabriel Martinho ressalta que o clima no ano agrícola 2021/22 foi favorável à produção das principais culturas, daí ter havido resultados satisfatórios.

O também engenheiro agrónomo destaca a produção de hortícolas no ciclo 2021/22, com 184 mil e 406 toneladas, seguido do milho que alcançou 134 mil e 500 toneladas, enquanto o ananás teve um volume de 37 mil e 700 toneladas.

Em seguida, a safra da batata-doce foi de 26 mil e 912 toneladas, sendo que o feijão e a banana também se destacam respectivamente com 17 mil e 10.690 toneladas.

No mapa agrícola figuram, ainda, a massambala (8.316 toneladas), amendoim (3.341 toneladas), mandioca (10 mil), batata-rena (7.282 toneladas), manga (360 toneladas), maracujá (36 toneladas) e mamão (120 toneladas).

Ainda sobre os fertilizantes, diz tratar-se de 900 toneladas de adubo composto NPK 12-24-12 , 500 toneladas sulfato de amónio e 120 toneladas de ureia, distribuídos a milhares de camponeses com a participação destes, no valor de cinco mil kwanzas por cada saco de 50 quilogramas.

Mesmo com o apoio governamental, o agrónomo reconhece que as 1.520 toneladas de fertilizantes são, ainda, insuficientes, já que, a seu ver, para cada ano agrícola, a província de Benguela precisaria pouco mais de 100 mil toneladas só de adubo composto NPK 12-24-12.

Com isso, sublinhou, está-se longe dos indicadores de uma agricultura comercial ou moderna, que usa, por exemplo, 400 quilos de fertilizantes por hectare.

“ O sector familiar nem metade desta quantidade usa por hectare”, insistiu.

Em termos de área cultivada, aponta para 256 mil e 385 hectares, acrescentando que houve bons rendimentos face ao ciclo 2020/21, que diz ter sido “um descalabro” para os homens do campo em Benguela.

Também lembra as dificuldades com que os produtores se deparam, desde a insuficiência de fertilizantes, falta de sementes melhoradas, à degradação das vias de acesso ao campo, o que tem vindo a dificultar o escoamento dos produtos agrícolas.

A insuficiência de técnicos agrários médios e superiores nos municípios da província de Benguela é outro entrave, a que se junta as pragas da tuta e a mosca da fruta.

 





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