Luanda - O Porto de Luanda vai, a partir deste ano, alargar a sua jurisdição até a barra do Dande e aumentar a cota de profundidade para menos 16, para movimentar 36 milhões de toneladas/ano, a partir de 2040.
A informou foi avançada hoje, em Luanda, pelo administrador para a área comercial, gestão das concessões e tecnologias, Miguel Pipa, quando falava à imprensa durante o IX Conselho Consultivo do Porto de Luanda, que se realiza com o lema “Os desafios do Porto de Luanda na era da digitalização”.
De acordo com o responsável, o Porto de Luanda tem estado a sofrer melhorias há algum tempo, propriamente no seu sector tecnológico e na melhoria contínua nos trabalhos portuários diários, com investimentos de ponta nos equipamentos.
Para si, o mais importante é a instituição estar preparada para o futuro, daí que a direcção tem como prioridades a implantação do Plano Director, com duração de 20 anos a contar de 2020 a 2040.
O referido Plano, que prevê o alargamento das operações até à Barra do Dande, na província do Bengo, possibilitará atingir, até 2040, cerca de 36 milhões de toneladas de carga geral anualmente, ao contrário de 2021 em que se manusearam 14 milhões e 200 mil toneladas, operando-se 150 Navios.
Sem avançar os custos e o número de empregos, o director disse que a aposta é em equipamentos que permitirão aumentar a produtividade, num processo que começou com a digitalização em 2020, reduzindo, de cinco para um, os dias de tramitação para levantamento de um contentor.
"Neste momento os utentes (despachantes, agentes de navegação, prestadores de serviços, entre outros) não precisam de se deslocar ao Porto para tratar de assuntos ligados à instituição, porque através da Janela Única Portuária eles tratam tudo, incluindo pagamentos, sem saíram dos seus escritórios ou locais de residência", referiu.
Por outro lado, destacou que o Sistema VTS (sistema de apoio à navegação) permite actualmente maior segurança de navegação na Baía de Luanda, particularmente na zona de jurisdição do Porto.
“O nosso Porto está a ser preparado para ombrear com os principais da região e quiçá do mundo. E, para tal, temos que desenvolver e fazer grandes alterações nas infraestruturas, principalmente o aumento dos fundos do cais acostável que são de 7 a 12,5 para menos 15 ou menos 16, de acordo com os padrões internacionais.
A intenção, acrescentou, é ter-se um Porto capaz de receber Navios de última geração, e é neste sentido que a aposta passa também pelo aumento dos terraplenos (área de terra que ganha mais metros no mar) para torná-lo atractivo e levar o Poto a receber, igualmente, as cargas dos países vizinhos e com agilidade no manuseamento de mercadorias.
O Porto de Luanda tem três terminais de contentores, sendo o do próprio Porto, o Multiuso e o Polivalente. Os três juntos têm capacidade total estática de cerca de cerca de um milhão de TEUs, tendo, em 2014, atingido, 700 mil TEUs, o pico até agora.