Ondjiva - Os pescadores organizados em associações dos municípios de Ombadja, Cuvelai e Curoca, províncias do Cunene, necessitam de embarcações e artefactos de pesca, para desenvolver melhor a actividade piscatória na região.
A informação foi prestada, nesta terça-feira, pela chefe de Departamento da Pesca e Aquicultura no Cunene, Lídia Nataniel , realçando que há mais de 15 anos que a província não dispõe de meios para distribuição aos pescadores, limitando-se apenas em visitas de acompanhamento.
Devido às dificuldades de material de pesca e do baixo caudal do rio Cunene, esclareceu que das 20 cooperativas e grupos de interesse de pescadores, apenas quatro estão em plena actividade.
Segundo o responsável, o Cunene tem potencial em pescado, mas a falta de recursos, condiciona a captura em maiores quantidades, tendo em conta que actualmente as poucas embarcações que existem na região são de pessoas singulares.
Referiu que, por esse facto, estão a ser envidados esforços junto do governo e administrações locais no sentido de se adquirir os respectivos materiais, sobretudo, de pequenas embarcações a motor, com vista à dinamização da actividade.
Apontou como principais áreas piscatórias as localidades de Calueque, Cafu, Xangongo, Naulila (Ombadja), Ruacaná e Chitado (Curoca), Calonga e Mukolongodjo, (Cuvelai) onde os pescadores aproveitam os cursos de água do rio Cunene e Cuvelai.
Estas zonas, realçou, oferecem diversas espécies de pescado como a tilápia, bagre, tchimbululu, boca larga, rubal, mutica e sardinha.
Fez saber que durante a época de 2020, foram capturados quatro milhões, 826 mil e 480 quilogramas de pescado, com recurso a ferramentas rudimentares, comercializados na província, assim como nos mercados da Namíbia e nas províncias da Huíla, Namibe, Bié e Luanda.
Prática da aquicultura na forja em Calueque
As margens do rio Cunene possuem grandes potencialidades para o fomento da aquicultura, capaz de gerar benefícios sociais e económicos para a população.
Com efeito, a cooperativa de pescadores 11 de Novembro, localizada em Calueque, está a desenvolver o projecto-piloto da prática da aquicultura, com a escavação dos primeiros dois tanques dos seis previstos.
Com a implementação deste projecto espera-se uma produção de 15 a 20 mil peixes/mês, na qual encontram-se lançados os alevinos, para processo de reprodução e engorda.
Para a chefe de departamento da Pesca, Lídia Nataniel, o fomento da aquicultura representa uma aposta e alternativa para o aumento da produção pesqueira, visando a melhoria da dieta alimentar da população, criação de novos postos de emprego e aumento do rendimento familiar.
A criação de peixes surge como excelente oportunidade de negócio, tendo em conta o problema da fome que a população enfrenta, resultante da seca.