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BODIVA está em transição e banca prepara saída da intermediação

     Economia              
  • Luanda • Quarta, 15 Março de 2023 | 21h58
Presidente da Comissão Executiva da BODIVA, Walter da Cruz Pacheco
Presidente da Comissão Executiva da BODIVA, Walter da Cruz Pacheco
Nelson Malamba - ANGOP

Luanda- A Bolsa de Dívida e Valores de Angola ( BODIVA) está em fase de transição, um processo que vai levar, até final deste ano de 2023, a saída dos bancos da intermediação financeira, com realce para a compra e venda de títulos públicos.

De acordo com o Presidente da Comissão Executiva da BODIVA, Walter Pacheco, a instituição já começou a cumprir com as orientações do Banco Nacional de Angola (BNA) e da Comissão de Mercados de Capitais (CMC), que decidiram separar as actividade de investimentos, ou seja, os bancos não poderão operar mais directamente no mercado.

Walter Pacheco admitiu que o processo vai  criar um conjunto de constrangimentos, bem como trará oportunidades para o surgimento de outros membros, como corretoras no mercado de capitais, cuja negociações ainda são promovidas e dominadas pelos bancos.

Falando, à imprensa, à margem do IV Fórum “BODIVA”,  Walter Pacheco referiu  que, actualmente, decorre a operacionalização de um novo modelo de funcionamento do mercado dividido em duas etapas.

A operacionalização da primeira etapa do novo modelo de funcionamento do mercado está em curso e termina no primeiro semestre deste ano, em que os bancos não poderão transacionar títulos privados, ou seja, os bancos não poderão comprar e vender acções. 

E na segunda etapa, de acordo com Walter Pacheco, os bancos deixam de transacionar títulos públicos, as Obrigações do Tesouro (OT) e os Bilhetes de Tesouro (BT).

Assim que terminar, prosseguiu, o mercado da bolsa passa dos bancos para as correctoras e distribuidoras.

No quadro deste processo, a BODIVA está  a fazer algum desenvolvimento a nível do seu sistema para permitir está transição automática.

“O modelo actual em que a banca lidera o mercado será um modelo que vai ser alterado, ou seja um modelo de transição e, provavelmente, nas próximas edições, não serão os bancos a receber a maior parte dos membros, mas sim as sociedades correctoras e distribuidoras é que irão receber a maior parte dos prémios”, avançou.

Por isso, acrescentou, estão a fazer  um conjunto de tarefas regulatórias, mudar as regras e algumas leis, para permitir que o sistema esteja preparado  para esta alteração e facilitar que essas entidades participem,um trabalho que está a ser articulado com a CMC.

“ Todo e qualquer processo de transição tem sempre alguns elementos de instabilidade, mas o processo vai permitir que finalmente tenhamos instituições focadas, de manhã até a noite, só nos mercados de capitais”, precisou.

Segundo o responsável, os bancos são muito competentes neste aspecto, mas tem outras actividade que não os permite a 100%.

Transição leva  à privatização 

A  direção da BODIVA  também está engajada nos  preparativos  para a privatização da empresa, tendo já pronta toda informação compilada e outros  instrumentos para mostrar ao mercado que a instituição é  privatizável.

“ A privatização ainda não vai ser feita , porque a BODIVA  está neste processo de transição no mercado”, afirmou, sustentando que primeiro será ultrapassada  a fase  transitória e tão logo terminar avançam com o processo.

Tal processo de transição poderá se “arrastar” até meados de 2024, ou melhor,  final do primeiro semestre do próximo ano, altura que estará 100% concluído, contando já com a fase de adaptação ao novo modelo de funcionamento do mercado.

Sobre a empresa, reiterou que  tem as  contas auditadas, com informação divulgada de forma tempestiva “é uma empresa com lucros e com uma governação muito boa”.

Para Walter Pacheco, a empresa tem tudo para ser privatizada e dar oportunidades para todos investirem.

Quanto o valor global da BODIVA, disse que o mesmo vai depender de vários factores, como a avaliação que for feita e também do interesse do investidor.

Mas,  a título de exemplo, disse que a empresa tem um balanço cerca de nove milhões de dólares norte-americanos, e deste balanço, 70%  é líquido, ou seja, são recursos financeiros.

Por isso, disse que quem comprar a empresa  vai estar a comprar moeda/depósitos, sublinhando que dispõem de uma gestão bastante conservadora com o objetivo de preparar uma boa empresa para ser privatizada na totalidade.

Constituída, a 2 de Julho de 2014, pelo Decreto Presidencial 97/14, de 7 de Maio, a BODIVA é uma sociedade anónima, cujo objecto social consiste na gestão dos mercados regulamentados em Angola, com realce para a prestação de serviços relativos a transmissão e negociação de valores mobiliários e outros instrumentos.NE

 

 





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