Lobito - Trinta e três mil 913 toneladas de milho a granel chegaram quarta-feira ao Porto do Lobito, província de Benguela, no quadro da Reserva Estratégica Alimentar, implementada pelo Governo angolano.
Segundo o director de Operações Portuárias, José Santana, o produto chegou a bordo do navio ATA-M, de bandeira panamenha, proveniente de San Lourenzo, Argentina, e tem como importador o Entreposto Aduaneiro do Lobito.
Acrescentou que o Porto do Lobito está em condições de descarregar a mercadoria entre cinco a seis dias, dependendo da rotatividade dos camiões, que são pertença do recebedor da carga.
"Como não se trata de sacaria ou big bags, vamos utilizar três tramonhas (equipamento composto por grandes baldes e bombas hidráulicas, acopladas numa armação metálica), para transferir para os camiões", explicou.
Adiantou ainda que a carga, vinda nestas condições, é de fácil manuseamento, rápido e barato.
Por sua vez, o agente de navegação e representante do navio, Antonio Cláudio, informou que o processo de atracação correu bem, faltando apenas a presença dos camiões para iniciar a descarga.
Questionado sobre o estado clínico dos tripulantes, face a Covid-19, revelou que antes do navio atracar fez um compasso de espera no fundeadouro, aguardando por uma equipa da Sanidade Marítima, que efectuou o rastreio da tripulação.
"Não havendo nenhum tripulante infectado, o navio tem luz verde para atracar, iniciar o protocolo com as autoridades marítimas, com vista a receber os documentos e confirmar a carga e posteriormente começar a descarga", explicou.
Este é o primeiro navio que escala o Porto do Lobito com mercadoria diversa para a Reserva Estratégica Alimentar.
O Governo angolano lançou a Reserva Estratégica Alimentar que visa regular o mercado e influenciar a baixa de preços dos produtos alimentares essenciais que integram a cesta básica.
A Reserva Estratégica Alimentar entrou em efectiva operacionalização na semana passada, colocando de imediato no mercado, já nesta primeira fase, até 354 mil toneladas de alimentos, aumentando progressivamente até chegar às 520 mil.
Comporta 11 produtos da cesta básica, com destaque para açucar, milho, frango, óleo alimentar, feijão, arroz, farinha de trigo.
A REA vai garantir a aquisição, armazenamento e distribuição desses produtos alimentares, parte deles já produzidos e transformados localmente, em indústrias geradoras de emprego, prevendo-se um impacto na redução dos preços em até 5 por cento para o consumidor final.
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