Luanda - O projecto de implementação da infra-estrutura da Nuvem Nacional de Angola, “Cloud”, apresentado esta quinta-feira prevê lançar o país numa nova era tecnológica para o apoio da economia e desenvolvimento, considerou o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira.
A iniciativa resulta do Memorando de Entendimento assinado, em Dezembro de 2021, entre a multinacional Presight e o Executivo de Angola.
Trata-se de uma nuvem governamental unificada que será construída sobre Data Centers do Governo para fornecer mais 80 serviços.
O referido projecto, que termina no primeiro trimestre de 2024, prevê a migração das aplicativos “apps” existentes e a implementação de novas para a “Cloud” unificada governamental.
Os Datas Centers a serem construídos numa área de 5.320 metros quadrados, por detrás do Arquivo Nacional, em Camama (Luanda), vai albergar 204 armários de servidores, sendo a sua execução e apetrechamento estimado em 15 meses.
Além de vir a satisfazer os anseios da população e conquista do bem-estar, de acordo com o governante, o projecto terá uma tecnologia de ponta que permitirá aos usuários e instituições a armazenar, manter e ter acesso à dados em servidores de alta disponibilidade, a partir de qualquer dispositivo, quer um móvel quer um computador.
Segundo o titular da pasta, com a implementação do projecto da “Cloud Nacional”, o Executivo augura promover o desenvolvimento digital da economia, melhorar a percepção do cidadão sobre a governação e eficiência governativa, aproximando mais os cidadãos das acções governativas.
Espera-se ainda com esta iniciativa governamental, o estabelecimento de uma base para a transformação digital em toda a indústria nacional, cultivar talentos locais no uso das tecnologias de informação (TIC) e serviços de nuvem.
De acordo com Mário Oliveira, o projecto contempla, igualmente, a implementação de uma rede dedicada que interligará ministérios e sectores da administração central local do Estado, num anel de fibra com a capacidade de 50 GB escalável a medida da demanda.
“ A interligação destes organismos permitirá a implementação de uma nova tecnologia de escritórios inteligentes, permitindo a obtenção de benefícios económicos, que culminará com uma poupança significativa dos custos decorrentes da posição de investimento em infraestruturas de TIC”, realçou o governante, quando interveio no evento de apresentação do projecto.
Outro benefício esperado está ligado à eficiência na análise e tratamento dos dados de diferentes sectores, uma vez que haverá uma unificação de dados.
No quadro do Memorando assinado com a multinacional, a Presight, para além da construção do Data Center, foram definidas outras acções como o desenvolvimento de um plano director, com a duração de três anos, para a Agenda Digital de Angola, o aceleramento da informação digital do Governo e melhoraria da segurança dos dados.
O Memorando define ainda o estabelecimento de parcerias público-privadas, na modalidade construir, operar e transferência (BOT) para a construção de infra-estruturas de TIC, bem como o estabelecimento de competências digitais e desenvolvimento de capacidades viradas para a juventude.
“ A parceria estabelecida permitirá as partes explorarem iniciativas de transformação digital que se concentrem na oferta das mais avançadas infra-estruturas e soluções das TIC digitais para o nossos cidadãos e para posicionar Angola como uma economia digital líder em África”, augura o titular da pasta das telecomunicações.NE/AC