Lubango - A captação de água para o Lubango (Huíla) e arredores atingiu, este mês, um défice de 70 por cento, forçando a restrições no fornecimento.
A cidade é abastecida por quatro captações, das quais duas mecanizadas e igual número de nascentes, todas dependentes de chuvas. Essas nascentes estão a produzir 385 metros cúbicos/hora, de mil e 200 da capacidade instalada.
As captações disponibilizam actualmente 350 metros cúbicos/hora, dos 800 da sua capacidade, ao passo que as nascentes estão com 35 metros cúbicos/hora, dos 600 que deviam fornecer.
O défice no abastecimento de água potável estava a rondar os 20 por cento desde Setembro de 2020, tendo subido para 60 em meados deste ano (2021), numa altura em que os níveis dos aquíferos baixaram, devido as irregularidades nas chuvas que duram sete anos.
A informação foi avançada nesta quinta-feira, no Lubango, pela Presidente do Conselho da Administração da Empresa Provincial de Águas, Domingas Tyikussi, declarando que fruto da situação estão oito bairros sem água.
Afirmou que no início da estiagem, em Janeiro, Fevereiro, Março e Abril, estavam a distribuir água duas a três vezes por semana, mas depois foram reduzindo para uma a cada sete dias e noutros casos não há mesmo fornecimento.
“Estamos a falar de bairros como Hélder Neto, parte da Mapunda, Minhota, Comercial, Lucrécia, Benfica e outros, que estão então em situação crítica, alguns ainda estão a receber apenas uma vez por semana, tirando o centro da cidade que recebe um dia sim outro não”, detalhou.
Salientou que por conta da situação estão a perder alguns clientes, pois num universo de 28 mil controlados, apenas 21 mil são activos.
Fez saber que para minimizar a situação estão a distribuir água por cisternas nesta quadra festiva para alguns clientes nos bairros que não têm água.
"Para a nossa instituição este foi o pior ano, o nosso negócio é a água e o défice a medida que vai reduzindo também vamos perdendo a prestação de serviço. Ainda não tivemos um cenário igual nos anos anteriores semelhante a este" continuou.
Perspectivas
A gestora afirmou que para minimizar a carência está em curso um projecto de reforço da disponibilidade de água com a abertura de dois furos de 15 metros cúbicos cada, com previsão de conclusão em Maio de 2022.
Disse estar em curso um estudo para a localização de novos mananciais para construção de posteriores captações.
Um outro projecto de construção de reservatórios está em curso e vai aumentar a capacidade de reserva de água, de quatro mil para 12 mil.
Referiu que o Lubango não pode ser abastecido com furos de água, por ser um município que tem a densidade populacional a crescer todos os dias.
Domingas Tyikussi lembrou que a única linha definitiva, a longo prazo, para resolver as crises cíclicas de abastecimento de águia em arredores e na cidade do Lubango seria tirar o líquido do rio Cunene, a 180 quilómetros a Leste.