Luanda – A Sociedade Mineira de “Kaixepa”, no município do Lucapa, província da Lunda Norte, necessita de cerca de 30 milhões de dólares americanos, para aquisição de novas lavarias de pré-tratamento de diamantes, assim como a compra de equipamentos de perfuração do kimberlito.
De acordo com o novo presidente do Conselho de Gerência de “Kaixepa”, Domingos Margarida, a aquisição desses equipamentos vai permitir aumentar, gradualmente, a produção e minimizar o risco da possível falência técnica em que a empresa se encontra actualmente.
“Encontramos a mina quase a afundar, faltando apenas declarar falência técnica, por não ter condições para continuar a operar. Mas, em função da responsabilidade que a empresa assumiu com os seus trabalhadores e a comunidade local, vamos tentar resolver os problemas encontrados e manter os actuais níveis de produção”, afirmou.
Segundo o responsável, desde o início das suas actividades, em 2007, até 2020, a mina da antiga “Camútue” era explorada por uma sociedade de angolanos e sul-africanos, que “não pagavam impostos” nem mesmo davam os dividendos merecidos à Endiama, na qualidade de representante do Estado angolano.
O gestor, que falava à imprensa, nesta terça-feira, no âmbito da jornada de campo que os jornalistas de alguns de Comunicação Social efectuam a zonas mineiras do país, avançou que a empresa está a trabalhar para encontrar um capital financeiro, para tentar melhorar os níveis de produção e assegurar a rentabilidade da Sociedade Mineira.
“Nós temos a missão de melhorar a imagem que a antiga exploradora, então denominada Camútue, deixou, aumentando os níveis de produção e tornar o negócio rentável para a empresa e, consequentemente, beneficiar o Estado, através do pagamento de taxas e impostos, que anteriormente não era feito”, reforçou.
Com o reforço do capital financeiro, avançou Domingos Margarida, a empresa prevê atingir cerca de 124 mil e 490 quilates de diamantes, até ao final deste ano, com o preço médio de 900 dólares por quilate, tendo em conta a qualidade do mineiro produzido naquele kimberlito.
Com esse preço médio, a empresa encaixaria 112 milhões e 41 mil dólares, resultante de 124.490 quilates × 900 USD/quilate = USD 112.041.000, até ao final de 2021, segundo cálculos feitos pela ANGOP.
Conforme Domingos Margarida, o diamante produzido na mina de “Kaixepa” é dos mais procurados no país, com um preço “aliciante” no mercado dos diamantes.
“A produção prevista para 2021 ainda é muito conservadora, por ser estimada consoante os pequenos ajustes da empresa. Mas, caso se tenha condições para produzir em pleno, a Kaixepa poderá duplicar a produção estimada”, destacou.
A mina de “Kaixepa”, situada a 150 quilómetros da capital da Lunda Norte - Dundo, emprega 763 trabalhadores, entre nacionais e estrangeiros. Tem 76 quilómetros quadrados de área de concessão e conta com dois kimberlitos em exploração.