Luanda – A comissária da União Africana (UA) para o Departamento da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Sacko, assegurou, esta quinta-feira, que a juventude do continente está no centro da agenda de desenvolvimento desta organização, por ser a franja mais jovem do mundo.
Falando por vídeo-conferência, durante a 32ª Sessão da Conferência Regional da FAO para África, que decorre em Malabo, Guiné Equatorial, considerou fundamental investir-se na juventude, para estes conduzirem o futuro do continente africano.
Ao intervir no acto de lançamento oficial das directrizes de investimento para jovens no sistema agro-alimentar em África, reconheceu o importante papel que a juventude está a desempenhar no processo de produção agrícola, processamento de bens e comercialização de produtos alimentares, bem como no sector da inovação tecnológica.
Na ocasião, afirmou que, apesar dos esforços concertados da UA e dos Estados Membros, as mulheres e os jovens ainda estão sub-representados e vulneráveis na maioria das actividades a jusante da cadeia de valor do agro-negócio.
No entretanto, diz que a UA continua a trabalhar no apoio e facilitação da entrada e participação preferencial de mulheres e jovens em oportunidades de agro-negócio lucrativas e atraentes, através de acções como a "Iniciativa um milhão até 2021" e a “Declaração de Malabo de 2014”.
A estas acções se junta os da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Comissão da União Africana (CUA), que desenvolvem as directrizes de investimento para os jovens nos sistemas agro-alimentares em África, com vista a facilitar o envolvimento da juventude no agro-negócio.
Essa iniciativa, sublinhou, a partir de Adis Abeba, vai fornecer passos operacionais concretos para direccionar e projectar programas de investimento sensíveis, por formas a engajar significativamente os jovens como agentes da mudança.
Na sua intervenção, Josefa Sacko disse que observa as tendências emergentes no continente e no mundo, que abrem oportunidades para os jovens, incluindo a expansão das tecnologias digitais.
Reconhece, de igual modo, os desafios multidimensionais enfrentados pelos jovens em África, sobretudo nas zonas rurais, com destaque para a insuficiência de oportunidades de emprego, habilidades e treinamento limitados, acesso à informação, terra, financiamento e mercados.