Huambo – A importância, as oportunidades e os desafios do Corredor do Lobito foram abordados, esta terça-feira, por académicos e organizações não-governamentais humanitárias, durante um workshop promovido pela ADESPOV.
Na ocasião, o director do gabinete de Desenvolvimento Económico Integrado da província do Huambo, António Sabalo Ndolo, disse que o Corredor do Lobito foi projectado por Portugal em 1886, para conectar os oceanos Atlântico e Índico, reclamando os territórios existentes, entre Angola e Moçambique, um intento interrompido pela Inglaterra.
O responsável destacou que o Corredor do Lobito constitui uma infra-estrutura transnacional, que surge com a materialização dos compromissos do Estado angolano, de priorizar e acelerar a diversificação da economia, por via da execução de medidas transversais que aumentam a capacidade de atracção de investimentos privados.
Assinalou que essa importante infra-estrutura que se estende do Porto do Lobito (Benguela) passando pelas do Huambo, Bié e Moxico, até as regiões mineiras da República Democrática do Congo e Zâmbia, ocupa uma posição geoestratégica, para transformar o país no centro logístico estratégico internacional.
António Sabalo Ndolo referiu que a província do Huambo face a sua localização, é redentora de um potencial hídrico e agrícola muito forte, tem uma ligação por estrada para aos principais pólos de produção e distribuição do Bié, Cuanza-Sul, Huíla e Benguela.
Disse que no domínio educacional e formação profissional, o Huambo com abertura do CINFOTEC um congregador de alta tecnologia capaz de responder às necessidades de formadores dos operadores do Corredor do Lobito, posiciona-se já num activo extremamente relevante neste projecto que pretende conectar o Oceano Atlântico ao Índico.
Por seu turno, o economista Júlio Chimbilundo de Paiva destacou a importância, oportunidades e desafios do Corredor do Lobito, que vai servir de catalisador de investimentos públicos e privados, proporcionando um desenvolvimento sustentável para a região, fora da linha do CFB.
Disse o monstro, denominado por “elefante branco” disse que quando se catalisa investimentos proporciona o desenvolvimento sustentável e eficácia para a região, o exige dos gestores um comportamento perene e uma boa fiscalização.
Durante o Workshop os participantes abordam, igualmente, temas ligados ao impacto do VIH/SIDA no Corredor do Lobito, medidas de mitigação, legislação sobre o ambiente e seus desafios, aproveitamento da bacia hidrográfica do Huambo e as suas influências na mitigação das alterações climáticas no corredor do Lobito.
ADESPOV é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada em 1999, por angolanos motivados na promoção da dignidade da pessoa humana. JSV/ALH