Huambo - O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo, reafirmou hoje, terça-feira, no Huambo, o compromisso do Governo angolano em aumentar a capacidade de transformação de mineiros, até ao mês de Agosto próximo.
O governante falava na abertura do workshop sobre os Recursos Minerais na província do Huambo, no quadro das jornadas comemorativas do Dia Nacional do Mineiro, a assinalar-se no próximo dia 27.
Referiu que a concretização destes objectivos constitui uma meta a alcançar, com vista a reduzir a dependência externa na importação de produtos derivados dos recursos minerais explorados internamente.
Conforme o governante, Angola tem sido um simples fornecedor de material bruto e não de produtos intermediários e finais, facto que tem causado inúmeros prejuízos no aproveitamento das potencialidades que possui a nível do sector em todo território nacional.
A título de exemplo, apontou o petróleo, principal “commodity” da economia nacional, que conta apenas com 20 por cento de transformação interna, enquanto os demais 80% dos derivados são importados.
Disse tratar-se de uma realidade que tem acarretado elevados custos financeiros que deveriam ser utilizados para a implementação de outros projectos, com foco no desenvolvimento nacional e na melhoria da qualidade de vida da população.
Face à situação, fez saber que o Executivo adoptou como estratégia, o aumento da capacidade de refinação do petróleo, cujos resultados precisam de um horizonte temporal necessário.
Diamantino de Azevedo sublinhou que os resultados desta estratégia que visa, acima de tudo, diminuir a dependência do exterior a nível dos derivados de petróleos, começará a ser efectivada no mês de Agosto.
Nesta conformidade, disse, pretende-se não apenas fomentar a exploração dos recursos minerais do país, mas também a obtenção dos produtos finais.
O ministro acrescentou que estas estratégias são extensivas para as outras áreas do sector, como a exploração de diamantes, do ferro, das rochas ornamentais e granitos, por serem recursos indispensáveis para a concretização dos desafios de promoção do desenvolvimento em todas as vertentes.
Realçou que os resultados são bastantes animadores, com destaque para a instalação, desde 2017, de três empresas de lapidação de diamante, contra uma que existia anteriormente, incluindo o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero em Saurímo, província da Lunda Sul, com condições excelentes.
Para a concretização deste desiderato, destacou que o Executivo decidiu passar algumas competências do sector para os governos provinciais, que deverão trabalhar, em conjunto com o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás e a Agência Nacional dos Recursos Minerais, para facilitar a operacionalização das empresas neste seguimento.
Diamantino de Azevedo recordou que a exploração dos recursos minerais deverá sempre obedecer os padrões ambientais e os direitos das comunidades próximas às actividades mineiras, sem descurar os princípios técnicos e científicos do sector.
Declarou que o garimpo não faz parte destes princípios, por ser um actividade ilegal e proibida, para além de desrespeitar os princípios de higiene e segurança, daí a razão de ser denunciado por todos.
Exploração na nascente do Rio Cunene com dias contados
A governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, defendeu o encerramento das actividades de exploração ilegal de ouro nas margens da nascente do rio Cunene, localizada no município da Chicala-Cholohanga.
“Aquele não é um local ideal para a realização destas actividades, por perigar a continuidade de um dos rios mais importantes do país e, ao mesmo tempo, comprometer o sucesso da implementação de vários projectos socioeconómicos”, disse.
Entre os projectos, a governante destacou o Canal do Cafu, inaugurado recentemente na província do Cunene, pelo Presidente da República, João Lourenço.
Apesar desta situação, Lotti Nolika faz saber que o sector mineiro da província do Huambo tem vindo a dar sinais animadores de expansão.
O workshop sobre os recursos mineiras da província do Huambo abordou a situação e perspectivas do sector na região e as acções em curso no país.
À margem do evento, deu-se início ao projecto de exploração de diamante no município do Mungo e a colocação, na comuna do Lépi, da primeira pedra para a construção de uma escola de quatro salas de aula e a reabilitação de outra de três, no quadro da responsabilidade social da empresa que vai explorar as terras raras do Longonjo.
As jornadas comemorativas alusivas aos dia do mineiro, abertas no passado dia 11, deverão ser marcadas com a realização de debates, torneiros desportivos, visitas e inaugurações de projectos ligados ao sector minério e a apresentação dos resultados do Plano Nacional de Geologia (Planageo).
