Cameia – Uma comissão multissectorial será criada, em breve, pelo governo da província do Moxico, para reforçar a fiscalização da exploração de madeira na circunscrição, com vista a diminuir o impacto negativo da actividade no meio ambiente.
Esta medida, foi concertada na primeira sessão ordinária do governo provincial, decorrida no município da Cameia, que analisou a execução das despesas públicas, a implementação do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza e a propostas dos estatutos orgânicos dos lares de assistência à pessoa idosa.
Sob orientação do governador local, Ernesto Muangala, os membros foram informados sobre o cadastro de cidadãos com albinismo, plano de desenvolvimento e atividades do governo 0rovincial para o presente ano económico.
Em declarações à imprensa, no final da reunião, o director do gabinete provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas no Moxico, António Sandjesse, sublinhou que que a comissão a ser criada poderá acompanhar todas as actividades florestais na região, para garantir o cumprimento das obrigações fiscais e estudos ambientais, por parte dos exploradores.
A comissão será constituída por fiscais do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), técnicos do gabinete da agricultura e efectivos da Polícia Nacional, que actuarão, periodicamente, nas zonas de exploração.
Segundo o responsável, a exploração de madeira na região ainda não proporciona benefícios desejados, se comparado com os impactos negativos que o exercício provoca, como a desflorestação e a degradação das vias de comunicação, tendo em conta os meios usados para o efeito.
Por outro lado, disse que a medida tomada pelo Executivo, recentemente, sobre a suspensão da exportação da madeira bruta , vai melhorar a monitorização e a arrecadação de receitas para o Estado, bem como promover a exploração sustentável dos recursos florestais.
Sugeriu a limitação da quantidade de madeira transportada para outros pontos do país, com vista a não criar rotura na província, provocando enormes dificuldades às marcenarias, carpintarias e serrações locais, por falta da matéria-prima, facto que tem estimulado o encarecimento dos produtos.
A província do Moxico possui 380 mil hectares de terra de reserva de madeira e é a segunda maior no país depois de Cabinda.
Conta com 30 empresas exploração de madeira que realizam atividades nos municípios do Moxico (sede provincial), Alto Zambeze, Bundas, Luchazes e Luau, com um volume de produção anual, na ordem de 15 mil metros cúbicos.