Luanda – Seiscentas mil famílias do Sul de Angola vão beneficiar, em breve, de um programa de apoio social designado Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), numa parceria bilateral entre a União Europeia e o Governo angolano.
O programa destina-se particularmente às populações do Cunene, da Huíla e do Namibe, com uma estimativa de 30% dos agregados familiares, devendo contemplar ainda 60 mil mulheres com informação para a melhoria da nutrição das suas crianças e famílias, indica uma nota à imprensa.
Esta iniciativa conjunta tem como objectivo reduzir a fome, a pobreza e a vulnerabilidade das comunidades nas três províncias mais afectadas pela seca no sul do país, sendo que, para a sua operacionalização, a União Europeia disponibilizou 65 milhões de euros, a serem utilizados até 2024.
Para a vice-governadora da província da Huíla para os sectores Político e Social, Maria João Chipalavela, trata-se de um processo de aprendizagem, que leva a este princípio de construção conjunta, como um passo em frente para que possa ter maior resiliência a nível das comunidades.
Já a chefe da Delegação da União Europeia em Angola, Manuela Navarro, afirmou que o FRESAN “tem de assegurar sustentabilidade e perenidade”, enquanto dá protagonismo às organizações não-governamentais, para que no fim do programa estas assegurem a sua sustentabilidade.
Por sua vez, o adido da cooperação e gestor de projectos na EU em Angola, Danilo Barbero, reforçou que o FRESAN visa fortalecer as comunidades e as instituições locais, e dar respostas concretas para as populações poderem enfrentar os desafios das alterações climáticas.
A nota a que a ANGOP teve acesso hoje refere ainda que o gestor de projecto FRESAN no PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, João Neves, considera o FRESAN como forma de “promover a mudança do cenário de catástrofe que quase se vive no Sul de Angola”.
Apresentado na semana passada na Huíla, o FRESAN é implementado em parceria com o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, de Portugal; as organizações das Nações Unidas em Angola (FAO e o PNUD), bem como o Vall d’Hebron Barcelona Hospital Campus, de Espanha.