Longonjo – A exploração da reserva mineral do município do Longonjo, província do Huambo, com 23 biliões de toneladas de minério bruto denominado “terras raras”, poderá arrancar no princípio de 2022, apurou hoje, segunda-feira, a ANGOP.
O projecto, que irá gerar 450 postos de trabalhos directos, 50 por cento dos quais para jovens da municipalidade, a 64 quilómetros a oeste da cidade do Huambo, é uma parceria entre as empresas angolana Ferrangol-EP e a australiana Pesana.
A propósito, a geóloga da Ozango Minerais (empresa resultante da parceira), Geraldine Tchimbali, disse que a chegada dos equipamentos ao país e a consequente montagem está prevista para breve, cujo impasse deve-se à pandemia da Covid-19.
Disse tratar-se de minérios raros Neodímio e Preseodímio, entre outros metais especiais, utilizados como matéria-prima para o fabrico de ímanes permanentes ultra-forte e leves, para uso final em veículos eléctricos, turbinas eólicas, electrónicos modernos como telefones celulares, usado nas novas tecnologias da China.
Geraldine Tchimbali referiu que o município do Longonjo tem o potencial para tornar-se na primeira grande mina de terras raras de “NdPr” em África, representando, deste modo, uma oportunidade para diversificação da economia, através da industrialização mineral.
Informou que projecto Longonjo “NdPr”, conhecido como ouro século XXI, é um empreendimento conjunto da empresa pública Australiana Pensana Metals Ltd e da Estatal Angolana Ferrangol EP, através da sociedade de parceria Ozango Minerais S.A, que no local já abriu 369 furos, numa zona de mais de 8 mil metros de perfuração.
A geóloga do projecto avançou ainda que, no domínio social, a empresa prevê a construção de infra-estruturas de impacto social e outras acções que vão contribuir na melhoria da qualidade de vida da população circunvizinha da mina.
As suas propriedades químicas e físicas são utilizadas em uma grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em supercondutores, magnetos, catalisadores, entre outros.
São minérios que garantem características únicas a diversos tipos de ligas metálicas, como os iPhones, carros híbridos, lasers, entre outros.
Para se ter uma ideia do seu valor de mercado mundial, um quilograma de óxido de lantânio custa 150 dólares norte-americanos.
O consumo desses minerais, em todo o mundo, chega a 150 mil toneladas/ano.
Os tipos de metais "terras raras" chegam a 17, mas apenas seis tipos são mais conhecidos: neodímio, lantânio, praseodímio, gadolínio, samário e cério.
A China é o principal produtor e mercado desse mineral.
