Luanda - A materialização da estratégia de transição energética no continente depende da resiliência dos negócios e oportunidades criadas pelo sector petrolífero, considerou hoje, em Luanda, o Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Martins.
Ao intervir na 3ª reunião de Executivos das Companhias Petrolíferas Nacionais (NOC) de países membros da Organização de Países Africanos Produtores de Petróleo (APPO), sublinhou que a transição energética é incontornável pela sua relevância e salvaguarda da continuidade das nações.
Sebastião Martins disse que a APPO deve promover a colaboração e a criação de parcerias, tendo no petróleo o catalisador para a segurança energética, o desenvolvimento sustentável e a diversificação económica de África.
Segundo o PCA da petrolífera estatal angolana, recai sobre a organização a responsabilidade de promover e explorar as oportunidades de cooperação, um compromisso que deve ser demonstrado pelo empenho na materialização e cumprimento de todos os pontos da agenda.
Frisou que a materialização deve ser na base do estabelecimento de planos de acção, alinhados à estratégia de salvaguarda da segurança energética, procurando cada vez mais novas oportunidades de negócio na região, no sentido de assegurar a tão desejada autonomia do continente.
Por outro lado, PCA da Nigeria National Petroleum Corperation (NNPC), Mele Kolo Kyari, defendeu a necessidade de tornar os negócios no sector, cada vez mais limpos, reduzindo as emissões, em conformidade com a realidade.
Em seu entender, a APPO é umas plataformas onde podem discutir os melhores passos para a indústria petrolífera do continente.
“Vamos continuar a colaborar para alcançar os objectivos, tendo em conta a necessidade de partilha de experiência entre os países. A Nigéria tem vasta experiência na fomentação de pequenas empresas ao nível do sector petrolífero e estará em condições de partilhar a sua experiência”, reforçou.
Já o representante do secretário-geral da APPO, Taher Najah, acredita que as soluções dos desafios que a indústria do petróleo e gás africana enfrenta, através do processo de transição global energético, “não pode ser enfrentado de forma isolada pelos países”.
Lembrou que a APPO solicitou um estudo, tendo identificado três principais áreas para a transição energética global (finanças, tecnologia e mercado), que foca sobre as ameaças eminentes à indústria do petróleo e gás no continente.
Citando o estudo, fez saber que quase todos os países produtores de petróleo e gás do continente dependem fortemente de financiamento estrangeiro para os projectos de petróleo e gás.
Segundo o mesmo, o acordo assinado entre a APPO e o Afreximbank vai permitir disponibilizar 6 mil milhões de dólares para a carteira de projectos do sector petrolífero e gás.
A 3ª reunião dos NOC da APPO, para além da abordagem do resultado da 2ª reunião, realizada a 19 de Julho deste ano, em Abuja, Nígeria, aborda temas ligados às opções de financiamento de projectos e operações de petróleo e gás, as infra-estruturas transfronteiriças e mercados regionais.
As NOC dos países membros da APPO estão a analisar a estratégia de longo prazo da organização e debater sobre a criação de um fundo para alavancar a indústria petrolífera africana.
A APPO foi criada a 27 de Janeiro de 1987, em Lagos, Nigéria, para servir de plataforma de cooperação e coordenação de esforços, colaboração, partilha de conhecimentos e competências entre os países africanos produtores de petróleo.