Luanda - O economista Osvaldo Cruz apontou esta segunda-feira, em Luanda, a industrialização da agricultura como factor decisivo para o alargamento das áreas de cultivo e garantia da segurança alimentar no país.
Em declarações à ANGOP sobre a importância da "incorporação" da indústria no ramo agrícola, o especialista sublinhou que esta agregação proporcionaria, entre outros, meios e equipamentos mais capazes, ou seja de ponta, que possibilitam sair, quanto cedo possível, da agricultura de subsistência para uma prática em grande escala, para o alcance da “independência alimentar”.
Nesta conformidade, avançou, concorrer-se-ia igualmente para reduzir a importação de produtos alimentares, sobretudo do campo, além do aumento/reforço da produção de bens essenciais para diversificar a dieta como milho, trigo mandioca e batata-doce.
Por outro lado, lamentou as perdas pós-colheita que se regista em boa parte das zonas de produção, uma realidade que disse ser urgente inverter a fim de salvaguardar o aumento da rentabilidade das famílias agricultoras.
Para o efeito, defendeu a criação de silos nas áreas de cultivo e postos aduaneiros internos, para absorver o excedente da produção e evitar a variação significativa de preços, principalmente na época chuvosa.
Indicou, de igual modo, a necessidade de se melhorar as vias de acesso às zonas de cultivo, a extensão da rede eléctrica a estas áreas e a disponibilização de meios para transportar os bens do campo para os principais pontos de comercialização.
“Com isso, haverá estabilização dos preços, disse, salientando que tem de ficar mais barato consumir o produto nacional em detrimento do importado.
De referir que, recentemente, participantes na terceira edição do fórum sobre agro-negócio, que se debruçou, entre outros, sobre o tema “segurança alimentar”, defenderam a necessidade de integração sectorial.
Assinalaram que a agregação entre as áreas da agricultura, pescas, energia e água e indústria é crucial para melhor exploração dos recursos agrícolas e pecuários do país, visando o desenvolvimento da cadeia de valor destes segmentos. ACC/VC
