Luanda - As empresas dos mais variados segmentos do mercado mundial gastam, anualmente, mais de três mil milhões de dólares para sanar os danos causados pela falta de compliance, afirmou hoje a directora de auditoria e integridade da Agência Nacional de Petróleo e Gás e Biocombustíveis, (ANPG), Carla Matoso.
“Compliance significa estar de acordo com as leis, padrões éticos e regulamentos internos e externos, por ser a única ferramenta capaz de transformar o processo num activo de reputação, sendo responsável pelos processos de divulgação, disseminação e engajamento a bom porto das empresas”, explicou a gestora.
A directora, que falava em entrevista durante o primeiro fórum sobre “Compliance no sector petrolífero angolano”, realizado pela ANPG, através do seu Gabinete de Auditoria e Integridade (GAI), fez saber que as empresas sofrem danos, em muitos casos de reputação e imagem, em decorrência de falhas na divulgação, no descumprimento ou falta de programas de integridade.
Para o cumprimento das regras de compliance, segundo a responsável, os treinamentos periódicos também são primordiais, tanto para o cumprimento das normas e códigos de condutas quanto para a construção de uma cultura de compliance dentro da organização, dai a necessidade de as empresas quererem estar bem nesse ponto.
Na ocasião, partilhou da mesma opinião o presidente do Conselho de Administração da ANPG, Paulino de Carvalho Jerónimo, realçando que as regras de complience e transparência na condução dos negócios são vitais para a organização.
São importantes, continuou, porque a sua implementação integradas na governação corporativa no sector petrolífero agrega valor e reputação perante o mercado, focando-se na prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, fraude corrupção e outras irregularidades.
Para além da mitigação de danos, após a descoberta de ilegalidades, o objectivo dos programas de compliance é evitar o desvio.
A prevenção é, ou ao menos deveria ser, a tónica do debate, pois na óptica da directora, as empresas precisam de planos estratégicos para prevenir situações que geram riscos, e isso envolve todos os colaboradores e funcionários da organização.
Por outro lado, explicou que a realização do fórum traduz o comprometimento da ANPG em promover um ambiente de negócios de excelência no país.
Justificou que o valor da compliance está na necessidade de implementar medidas que permitam a mitigação de factores capazes de prejudicar a lisura e a necessária confiança nos processos e procedimentos.
Entre outros aspectos, o fórum permitiu identificar os principais desafios e pontos de convergência para melhoria dos processos internos, partilhar experiência do sector petrolífero com os demais sectores da vida e do pais, mas acima de tudo apoiar o conteúdo local do ramo da prestação de serviço na indústria petrolífera na adopção de boas práticas.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) é a concessionária Nacional do sector dos hidrocarbonetos em Angola. Foi criada em 2019, por via do Decreto Presidencial nr. 49/19, de 6 de Fevereiro, como resultado do programa de reorganização do sector petrolífero no país.