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Empresários no Bié clamam por mais políticas de fomento empresarial

     Economia              
  • Bié • Quinta, 27 Junho de 2024 | 16h49
Vista parcial da cidade do Cuito, província do Bié
Vista parcial da cidade do Cuito, província do Bié
Leonardo de Castro

Cuito – Proprietários de micro, pequenas e médias empresas na província do Bié solicitaram mais políticas de fomento empresarial, para manterem seus negócios em funcionamento e garantir sua sobrevivência.

Os empresários falavam à ANGOP, por ocasião do Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas, que hoje, 27 de Junho, se assinala.

Segundo avançaram, a queda na demanda por produtos e serviços constam entre as várias consequências do cenário actual, que tem agudizado as dificuldades de muitas destas empresas da província, sobretudo em se manterem operacionais, salvaguardar os postos de trabalho e honrar com os seus compromissos fiscais.

Apontaram ainda como grandes obstáculos a dificuldade de acesso ao crédito e ao aumento dos custos operacionais, face a natureza actual das suas caixas de tesouraria, com volumes muito baixos de facturação.

Para o empresário Victorino Longuenda, que actua no ramo de venda de bebidas, a realidade actual está bastante difícil para este seguimento da actividade empresarial, por se assistir, todos os dias, o encerramento de estabelecimento e cidadãos a perderem os postos de trabalho.  

Diante desse cenário desafiador, disse ser imperioso que o Governo e os órgãos reguladores adoptem medidas e políticas de apoio às micro, pequenas e médias empresas, oferecendo incentivos fiscais, linhas de crédito com taxas de juros mais acessíveis e programas de capacitação e qualificação profissional.

“Somente com o apoio e o empenho do Governo e dos órgãos reguladores será possível superar as dificuldades impostas pela crise económica mundial e garantir a sobrevivência e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas em meio a esse cenário de adversidades”, sublinhou.

O mesmo justificou a sua posição, acrescentando a necessidade do Governo proteger essas empresas, tendo em conta a sua importância na criação de postos de trabalho e de novas fontes de arrecadação de receitas para os cofres do Estado.

João Segunda, proprietário de um estabelecimento de venda de material informático e telecomunicações, disse que as vendas diminuíram significativamente por conta da crise.

A realidade, prosseguiu, obrigou-o a reduzir o número de trabalhadores de dez para quarto, mandando os restantes seis para o desemprego, para conseguir manter as contas em dia.

“Por isso, pedimos mais apoio do governo, como linhas de crédito com juros baixos e incentivos fiscais, para conseguirmos superar essa fase difícil e conseguirmos retomar o crescimento da empresa", solicitou o pequeno empresário.

A cidadã Gertrudes Saluapo é uma empresária do ramo do comércio a retalho de produtos diversos que, em função das sérias dificuldades impostas pela crise financeira, teve que fechar algumas filiais que tinha em alguns municípios da província e ficar apenas com a empresa mãe, sediada no Cuito.

Também teve que reduzir o número de funcionários.

No seu entender, esta realidade está a impactar, de forma negativa, a situação socioeconómica da província no geral, que tem registado um retrocesso no seu processo de desenvolvimento, apelando, igualmente, às autoridades a tomarem medidas mais assertivas para conter a crise e ajudar o sector empresarial a manter os empregos.

Bié com perto de 980 empresas certificadas

A província do Bié conta, desde 2012, com perto de 980 micro, pequenas e médias empresas certificadas.

A informação foi prestada pelo chefe dos Serviços Provinciais do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) do Bié, Selmo Calvino, em declarações hoje, quinta-feira, à ANGOP.

Informou que, deste número, 200 foram certificadas no âmbito da nova plataforma lançada em 2023, das quais 199 micro e uma pequena empresa.

Referiu que as mesmas dispõem de documentos que confirmam a sua certificação, por reunirem condições exigidas por lei que regula esse seguimento da actividade empresarial no país.

Número de empresas constituídas aumenta

Não obstante as dificuldades que o sector empresarial em funcionamento enfrenta, face aos efeitos da crise económica, aumenta, na província do Bié, o número de empresas que são constituídas, quer por via dos comerciantes informais quer daqueles que procuram iniciar as suas actividades de modo formal.

De acordo com os dados do Guiche Único de Empresas da província do Bié, prestados pelo seu administrador, José Joaquim dos Santos, de Janeiro a presente data foram constituídos 321 processos de estabelecimentos empresariais.

Segundo o responsável, em comparação ao mesmo período de 2023, houve o aumento de 31.

Explicou que, do total das 321 empresas, na sua maioria de micro, pequeno e médio porte, oito são cooperativas, com maior predominância para agrícolas, 80 comerciantes em nome individuais, 115 sociedades unipessoais por quotas e 118 sociedades pluripessoais por quotas.

As Micro,Pequenas e Médias empresas representam 60 a 70% do emprego e 50% do PIB mundial, constituindo-se numa espinha dorsal das sociedades em todo o mundo, contribuindo para as economias locais e nacionais e conferem meios de subsistência, em particular aos trabalhadores pobres, às mulheres, aos jovens e grupos em situações vulneráveis.

O Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas, que se celebra, anualmente, a 27 de Junho, foi proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2017, com o objectivo de evidenciar a importância dos pequenos negócios nas economias locais e também na economia a nível global. VKY/PLB





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