Luanda – Os participantes ao IV Congresso Internacional da Ordem dos Engenheiros de Angola, realizado nos dias 18 e 19 deste mês, em Luanda, consideraram que o conhecimento e a troca de experiências partilhadas entre especialistas de diversos países superaram as suas expectativas.
Fruto da interacção activa, os engenheiros avaliaram positivamente a realização desse conclave, por permitir reflectir em torno de como os profissionais devem actuar perante os actuais desafios que o mundo enfrenta, com destaque para as constantes inovações tecnológicas e a crise pandemica da Covid-19.
Em declarações à ANGOP, o engenheiro agropecuário, Bernardo Caritoco, considerou o congresso proveitoso, por relembrar os grandes desafios que os especialistas devem enfrentar na era da globalização, para resolver os diversos problemas da humanidade.
Conforme o agropecuário angolano, o conhecimento e a troca de experiências adquiridas durante o conclave servem de grande ferramenta para projectar o futuro dos profissionais do ramo da engenharia.
Quem também deu nota positiva ao congresso é o engenheiro de minas, Joaquim Góis, que se mostrou satisfeito pelo nível organizacional do conclave, tendo felicitado a Ordem dos Engenheiros de Angola (OEA) pela excelente organização.
Para o também presidente do Conselho do Colégio de Engenharia Geológica e de Minas de Portugal, o evento serviu de veículo para unir e reforçar o estreitamento das relações entre especialistas de vários países, com vista a congregação e partilha de experiências.
Em função da realização exitosa do evento, Joaquim Góis augurou a obtenção de resultados palpáveis desse congresso no médio e longo prazo, porque a solução dos problemas identificados requer paciência e tempo.
“ É com a congregação da massa crítica de todos os especialistas que conseguiremos dar resposta aos problemas e melhorar as condições de vida da população de cada país”, sublinhou.
Por outro lado, o bastonário da Ordem dos Engenheiros de Cabo Verde, Carlos Monteiro, confessou ter saído enriquecido com o conhecimento e as informações obtidas no congresso.
A mesma satisfação também foi demonstrada pelo bastonário da Ordem dos Engenheiros Técnicos de Portugal, Augusto Guedes, que considerou o evento como uma plataforma de partilha de conhecimentos que servem para elaboração de projectos sustentáveis para os países.
Esses projectos, prosseguiu, passam, essencialmente, pela melhoria da construção de estradas, edifícios, serviços de distribuição de água e energia eléctrica, entre outras infra-estruturas determinantes para o bem-estar das populações.
Na condição de anfitrião, o bastonário da Ordem do Engenheiros de Angola, Paulino Neto, sublinhou que o IV Congresso produziu reflexões importantes que deverão nortear a actuação da classe profissional, nos próximos tempos, por forma a ajudar os governos a alinharem as suas estratégias à dinâmica do mundo global.
Apontou o “novo normal” do mundo, dominado pela Indústria 4.0 e inovações tecnológicas, como um exemplo prático que mostra a necessidade urgente de todos decisores adaptarem a gestão e o modelo de governação ao actual momento que o mundo atravessa, para enfrentar os novos desafios e prevenir os eventuais fenómenos.
A título de exemplo, avançou, o surgimento da pandemia da Covid-19 é uma demonstração de como os fenómenos podem surpreender o mundo a qualquer momento, facto que deve servir de oportunidade para o crescimento do ser humano e da vida profissional dos cidadãos.
Paulino Neto espera que as conclusões do IV Congresso ajudem a mostrar o caminho certo que os engenheiros devem trilhar, para enfrentar os actuais desafios impostos pelo advento da Covid-19 e contribuir na construção de um país melhor para todos angolanos.
Sob o lema “Engenharia Disruptiva: construindo um futuro sustentável para Angola”, o IV Congresso Internacional da OEA teve como objectivo fortalecer a profissão de engenharia e caracterizá-la como pilar para o desenvolvimento do país.
Durante dois dias, os participantes ao certame debateram, entre vários temas, a “Engenharia ao serviço da diversificação e sustentabilidade da economia”, “Energia sustentável”, “Contribuição das empresas na diversificação da economia: Estratégias e programas empresariais”.
As “Alterações climáticas, medidas de eficiência energética em edifícios e saúde”, “Evolução das infra-estruturas em Angola”, “Desafios para cidades inteligentes e o futuro da mobilidade urbana”, bem como a “Economia de reciclagem e circular para cidades sustentáveis” também são temas que dominaram o certame.
Além de Angola, país anfitrião, participaram no evento especialistas de Cabo Verde, Monçambique, Guine Bissau, Zimbabwe, Portugal e Brasil.