Cuvango – Uma composição com 35 carruagens do Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM) partiu, terça-feira, do Município do Cuvango, na Huíla, com mil 575 toneladas de ferro, com destino ao Porto Mineiro do Sacomar, na província do Namibe.
Trata-se do primeiro carregamento experimental do minério, um processo que acontece mediante um acordo entre o CFM e a Companhia Siderúrgica do Cuchi, que explora o ferro nos municípios do Cuchi (Cuando Cubango) e nas minas do Cutatu, no Cuvango (Huíla), com exportação destinada ao Reino Unido.
Mediante o acordo com o operador, o CFM fará doravante uma viagem por dia com 900 toneladas do minério no sentido Cuvango/Moçâmedes, numa perspectiva de 400 mil toneladas/ano.
Falando à ANGOP, à saída do comboio, o director-geral da Companhia Siderúrgica do Cuchi, Wilton Ferreira, fez saber que a exploração do ferro nas minas da comuna do Cutatu, começou em Fevereiro deste ano e hoje têm um stock de 24 mil toneladas já exploradas.
Segundo estudos, disse, a exploração naquela mina será feita em 50 anos, sendo que actualmente um milhão de toneladas já estão compradas por países europeus e asiáticos.
Informou que foram criados 35 postos de trabalho, mas quando a actividade atingir os 100 por cento, estarão disponíveis 400 vagas.
Recentemente, o administrador financeiro do CFM, António Conceição, disse que com o arranque da exploração do ferro nas minas do Cutatu (Cuvango) e da Jamba, na Huíla, a contas da empresa deverão aumentar de 700 milhões para mais de mil milhões de Kwanzas/ano.
Actualmente a empresa, no traçado de 905 quilómetros, entre o Namibe, Huíla e Cuando Cubango, transporta 12 mil toneladas de carga mês, número que podem chegar as 400 mil, com o processo de transporte desse minério.
O CFM, com parceria da Companhia Siderúrgica do Cuchi, dotou-se de material circulante, como vagões de tipologia específica para o transporte de minérios.
A média de facturação mensal do CFM anda à volta de 70 milhões de Kwanzas, considerada aquém daquilo que seria o equilíbrio das contas de exploração, pois os custos operacionais fixam-se nos 200 milhões de Kwanzas, o que representa 30 por cento da estrutura das suas despesas.