Sumbe - Os Centros Comunitário de Salga e Secagem de peixe e o de Apoio à Pesca Artesanal, nas Salinas da Ngunza, no Sumbe, (Cuanza Sul), apresentam já sinais de degradação, devido a vandalização das infraestruturas e a falta de manutenção dos equipamentos de conservação do pescado, respectivamente, constatou a Angop.
De acordo com a coordenadora Associação das Mulheres Processadoras de Pescado, gestora do Centro, Cristina da Silva, a vandalização das portas, dos quatro secadores de peixe, da área de tratamento, do sistema de distribuição de água e da instalação eléctrica, deve-se à falta de segurança no local.
Para o seu normal funcionamento, disse à Angop, precisa-se de um financiamento (sem revelar o valor) e embarcações de pesca artesanal, com vista a obter entre 10 e 16 toneladas de peixe por semana.
A responsável explicou que, por falta dessas condições, o empreendimento, que orçou 17 milhões de Kwanzas, financiados pelo Governo Provincial do Cuanza Sul, manteve-se encerrado desde a sua inauguração, em 2019, contribuindo assim para a sua precoce degradação.
Centro de Apoio à Pesca Artesanal
Nesta unidade são visíveis os sinais de degradação nas tubagens das câmaras de conservação do pescado e na fábrica de gelo que, de acordo com o técnico de frio Augusto Manuel, é resultante da falta de funcionamento e manutenção dos equipamentos, associado ao salitre.
Defendeu a verificação do estado da cadeia de frio, devido ao tempo que se encontra paralisado, mais de um ano, e, desta forma, evitar-se danos maiores.
Para o técnico, a localização do Centro de Apoio à Pesca, a cerca de 100 metros do mar, é supostamente a causa dos danos registados na tubagem dos equipamentos de frio.
Desde a sua inauguração, o funcionamento do Centro de Apoio à Pesca Artesanal permanece condicionado a uma certificação do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), na qualidade de instituição financiadora do projecto, soube-se do Gabinete Provincial da Agricultura, Pecuária e Pescas.
O referido Centro custou dois milhões e 824 mil dólares americanos e tem, entre outras funções, a gestão e monitorização das pescas e ambiente, controlo de qualidade e assistência técnica.
Cobre uma área de mais de dois mil metros quadrados, zonas para desembarque, processamento, conservação e comercialização e câmaras de conservação com capacidade para 15 toneladas.
O centro tem capacidade para garantir 80 empregos directos.
Em 2020, o sector pesqueiro do Cuanza Sul capturou 13 mil toneladas, mais de mil e 142 em relação ao igual período anterior, com o envolvimento de mil embarcações, entre artesanais e semi-industriais.
As mulheres processadoras transformaram 2.951 toneladas em dois centros de salga e secagem no Sumbe e um no Porto Amboim, respectivamente.