Caxito - Duzentas mil mudas de cacau, 100 mil de café e 100 mil de palmar é a meta de produção que o departamento provincial do Instituto do Café no Bengo pretende atingir, para distribuir aos produtores da região, a custo zero, e incrementar a cultura.
“Neste momento estamos a produzir mudas de café, palmar, cacau e caju. A nossa meta é atingir essas quantidades para distribuir aos produtores, aumentar as áreas de cultivo e a produção”, informou à ANGOP, o director do departamento provincial do Instituto Nacional do Café (INCA), João António.
O departamento já iniciou o viveiro de cacau com 30 mil mudas, de café 11 mil mudas, aguarda a chegada das sementes de palmar a serem adquiridas a nível local, enquanto as de caju estão a ser produzidas no Projecto Integrado de Desenvolvimento da Quiminha.
Apesar da província não produzir ainda o cacau e o caju, já iniciou a produção de mudas e fez alguma distribuição, referiu.
A primeira experiência de produção foi feita no departamento, contou com a assessoria de coordenadores nacionais e as plantas foram distribuídas aos produtores com a planificação da direcção nacional do INCA, informou.
As mudas começaram a ser preparadas nos últimos dois meses, o aviveiramento para as plantas tem a duração de três a quatro meses, altura em que estarão em condições de ser distribuídas aos produtores, esclareceu o responsável.
“Neste momento estamos a fazer a replicagem do café e do cacau que está em alfobres (viveiro)”, disse.
Informou que o viveiro está localizado numa área adjacente ao departamento provincial do Inca e ocupa um espaço de um hectare e meio.
Segundo o responsável, o sector privado com capacidade de produzir mudas está ser apoiado pelo Inca com bolsas (sacos), sementes e assistência técnica dos representantes municipais (chefes de brigadas).
As quantidades de mudas produzidas pelos privados vão servir para abastecer os pequenos produtores que pretendem aumentar as áreas de cultivo e a produtividade.
O director provincial do Inca no Bengo afirmou que o sector vai continuar a trabalhar para produzir mudas, pois só com esta produção será possível aumentar as áreas de cultivo de café na província e a produção.
Para além de mudas, o Inca no Bengo está a substituir as plantações antigas de café, com mais de 40 anos de vida, por novas.
A província produz anualmente 145 toneladas de café Mabubas (equivalente a 66 toneladas de café comercial), uma quantidade considerada baixa pelo responsável, a julgar pelo número de produtores existentes na região.
O Bengo possui um total de dois mil 728 cafeicultores distribuídos pelos municípios de Nambuangongo (mil 346), Bula Atumba (504), Dembos, (538) e Pango Aluquém (340).
Destes números, 647 pertencem as explorações agrícolas empresariais (fazendeiros), das quais 50 estão em funcionamento e 597 paralisadas.
O sector agrícola familiar tem registadas mil 081 pequenas empresas, 357 funcionais e mil 724 inactivas.
O abandono de algumas fazendas pelos proprietários e a falta de condições financeiras constituem as principais causas do estado actual do sector na província, sublinhou.
Nos últimos três meses o governo provincial divulgou um edital que convidava as pessoas detentoras de fazendas e com capacidade financeira a investir nas suas fazendas sob pena de as mesmas serem alienadas.