Lubango - O Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) apresentou, sexta-feira, no Lubango, província da Huíla, três novos pacotes que vão financiar a Bovinicultura de Corte, Suinicultura e Caprinicultura, bem como a Ovinicultura de Corte.
São soluções financeiras para o sector da produção Pecuária apresentadas no II fórum das Cooperativas de Criadores de Gado do País, inserida no programa da Feira Agropecuária da Huíla.
Os produtos surgem da necessidade de financiar projectos que vão ajudar os criadores a aumentarem a sua capacidade produtiva, com resoluções financeiras diversificadas, sendo que o BDA cobre até 95% do financiamento.
Falando para aos associados das cooperativas de Criadores de Gado do país, o técnico do BDA, engenheiro Bonifácio Sessa disse que o objectivo é promover o desenvolvimento da actividade pecuária e nestes programas as empresas estão sedimentadas em quatro dimensões, Micro, Pequena, Média e Grande produtores, cuja taxa de juros está fixada em 13%.
Explicou que tem como soluções específicas de financiamento o capital circular que visa suprir as necessidades de curto e médio prazo dos micros, pequenos, médios e grandes produtores pecuários.
Neste pacote, conforme o técnico do BDA, para além da compra de insumos, fármacos, vacinas e alimentação animal, inclui também o melhoramento genético, formação e recuperação de pasto, serviços de assistência técnica ou contratação de mão-de-obra qualificada.
Fez saber, por outro lado, que o capital fixo isolado é direccionado a aquisição de matrizes e produtores com maior privilégio para engorda de forma isolada, maquinas e equipamentos de apoio específico para cada exploração pecuária.
Condições de financiamentos
Nesta conformidade, o quadro de BDA realçou que devem ser financiados para “Bovinicultura de corte”, criadores com dimensões micro, com até 200 cabeças, que receberão 28 milhões e cem mil kz , o pequeno de 201 a 500 cabeças, com apoio de de 70 milhões de kwanzas.
Já o médio, com 501 a 800 cabeças, tem o montante de 110 milhões de kwanzas, enquanto o grande, com de mais de 800 cabeças recebe 160 milhões de Kwanzas, cujos prazos de carência vão até quatro anos e os de maturidade até 15 anos.
Na Suinicultura, os criadores na dimensão micro, com dez animais, podem solicitar um valor oito milhões e 700 mil Kwanzas, o pequeno, de 11 a 50 matrizes, 70 milhões de kwanzas, o médio, de 51 a 150 matrizes, 130 milhões de Kwanzas e o grande de mais de 150 matrizes, 220 milhões.
Segundo a fonte, para a Caprinicultura e Ovinicultura de Corte, os criadores nas dimensões micro até 400 cabeças, recebem sete milhões e 600 mil kwanzas , pequeno, de 401 a mil cabeças, o valor de 19 milhões kwanzas, o médio, de mil e a três mil cabeças, o financiamento atinge os 38 milhões de kwanzas e o grande com mais três mil cabeças, o montante é de 57 milhões de kwanzas.
Bonifácio Sessa afirmou que o banco tem noção de que entre todas essas fileiras de produção, a mais complexa é a Bovinicultura de corte, do ponto de vista do negócios, devido as exigências de períodos alargados de carência e de maturidade de longo prazo.
Produtores reclamam da taxa de juro de 13%
Os Produtores louvaram a iniciativa do BDA em criar um programa especifico para financiar classe, mas em lamentaram a percentagem fixada para o reembolso do respectivo financiamento.
O pecuarista de Luanda, Didi Kitumba, considerou elevada a taxa de juros, pelo facto do processo de criação de animais ser muito oneroso e as margens de lucros são de dois a dez porcento, sem garantir a possibilidade de pagar o empréstimo com uma taxa de juros fixada em 13%, quando podia estar em 7.5%.
Para ele, o BDA não pode olhar só para o criador, mas para o factor serviço de apoios, porque é necessário baixarem-se os custos de criação.
Já o presidente da Associação Agropecuária Comercial e Industrial da Huila, Paulo Gaspar, defende que para a produção nacional chegar a preço baixos ao consumidor final deve-se encontrar um mecanismo para baixar a taxa de juro.
Por isso, considerou ser muito complexo pagar a taxa de juro de 13% mais as comissões bancárias, porque o BDA vai repassar esse crédito à banca comercial e poderá mesmo chegar a 18% ou 20%.
A este respeito, o ministro da Economia e Planeamento, Sérgio Santos, disse que é necessário que o fundo nacional de desenvolvimento faça uma revisão da taxa de juros praticada pelo BDA, que tem, no entanto, tem fundamento legal.
Frisou que os fundamentos legais que existem indicam que os fundos do BDA devem ser remunerados com uma taxa equivalente no mínimo a 50% e é nesta base que o banco está orientado a calcular as taxas.
“Devemos fazer uma reflexão em relação a redução da taxa de juros, este debate já começou em sede da equipa económica e vamos analisar como é que podemos encontrar uma forma mais ajustada, tendo em conta a vários níveis e sectores de actividade”.