Luanda - A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis prevê 56,9 mil milhões de dólares de investimento na indústria petrolífera, nos próximos quatro anos, período em que se perspectiva um crescimento médio do sector na ordem dos 16%.
Esta perspectiva foi apresentada, recentemente, pela técnica Vânia Andrade, do Departamento de Homologação de Custos Recuperáveis da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).
Neste particular, para cada um destes quatro anos, a ANPG projecta investimento de USD 12,7 mil milhões, em 2022, 14, 6 mil milhões (2023), 14,4 mil milhões (2024) e 14,9 mil milhões (2025), de acordo com a técnica, que falava num workshop sobre "Conteúdo Local".
Disse que dos USD 56,9 mil milhões, mais de cinco mil milhões serão investidos em serviços de exclusividade e12 mil milhões na prestação de serviços por preferência.
Segundo Vânia Andrade, por via das concessões por licitar, antevêem-se oportunidades de investimento na ordem dos USD 6,1 mil milhões, ao passo que para operações activas existentes, as oportunidades para o empresariado local poderão situar-se acima dos 17 mil milhões.
Assinalou que de 2020 a 2021 a tendência tem sido crescente, com projecções positivas até 2025, tendo em conta que, nos últimos cinco anos, o maior pico de investimento foi feito em 2016, com valores fixados em USD 18,013 mil milhões.
O ritmo foi desacelerando-se em 2017, com USD 11,4 mil milhões, 2018 (10,1 mil milhões), 2019 (9,7 mil milhões). Em 2020, os investimentos na indústria, ainda no que diz respeito à exploração, rondaram os 7, 03 mil milhões, e em 2021 (10,5 mil milhões).
Novas oportunidades
A Concessionária Nacional já tem identificado, para o próximo ano, 44 oportunidades de investimentos, 21 dos quais no regime de exclusividade (bens e serviços operacionais e administrativos) e outros 23 em preferência (também em bens e serviços operacionais e administrativos).
Segundo o técnico Francisco Simão, da Direcção de Produção da ANPG, as oportunidades no sector são transversais, e a lista de bens e serviços contempla oportunidades em exploração, desenvolvimento, operações, serviços administrativos e apoio logístico.
Acrescentou ainda que as mesmas são cíclicas, visto que decorrem da necessidade de renovação de contratos em projectos, operação e serviços administrativos correntes, celebração de novos contratos em “projectos sancionados”, ou seja, aprovados.
Para o período de 2022 a 2025, estima-se em 17 novos projectos sancionados em campos existentes e novos desenvolvimentos, garantindo-se ao empresariado o aumento de oportunidades para investimentos locais, diversificação das linhas de bens e serviços dos fornecedores, consolidação de linhas de empresas no mercado, retorno do investimento e surgimento de novos abastecedores.
Em concreto, para 2022 estima-se nove projectos a serem sancionados, 2023 (quatro) e 2024 e 2025 (dois cada).
"As oportunidades dos projectos não dependem apenas dos projectos a serem sancionados ou aprovados. Este é um número indicativo que poderá ser acrescido", esclareceu o técnico, ao intervir no referido workshop.
No quadro da abertura das oportunidades de investimento às empresas nacionais, a ANPG está a elaborar um catálogo que será actualizado anualmente.
Assim, para 2022, irão a concurso, em regime de exclusividade, serviços operacionais ligados à perfuração dirigida, de fornecimento, aluguer de tubulares de perfuração, manutenção, inspecção, unidades de filtração, fornecimento de ferramentas de intervenção em poços, limpeza de tanques, entre outros.
O técnico da Direcção de Produção da ANPG disse que, doravante, para estes serviços, as operadoras passam a contratar as empresas nacionais.
Para o regime de preferências, estão alistados serviços de elevadores a gás e relacionados, de fabricação, testagem, carregamento, amarração de “well jumpers”, equipamentos e submarinos de cabeça de poço, mergulho para inspecção e operações de substituição de mangueiras marítimas, fornecimento de filtros, fabrico, entre outros.