Luanda – Os trabalhos de prospecção mineira que a multinacional Anglo American iniciou, hoje (sábado), pelas províncias do Moxico e do Cumene, deverá consumir três meses para sua conclusão, perspectivou o presidente do Conselho de Administração do Instituto Geológico de Angola, Canga Xiaquivuila.
Segundo o explicou, por ocasião do arranque da actividade, esses estudos aerogeofísicos pelas duas localidades do Leste e do Sul de Angola, respectivamente, vão envolver duas aeronaves: uma engajada no levantamento electromagnético, no Moxico, e outra no magnético, no Cunene.
A operação resulta de contratos de investimento mineiro, assinado pela Anglo American e o Ministério dos Recursos Minerais, Petroleo e Gás (MIREMPET), em Novembro de 2019, e permitirá seleccionar as áreas de interesse para exploração mineira nessas províncias, numa primeira fase.
A Anglo American (multinacional britânica) assinou com o MIREMPET cinco contratos, sendo três para a província do Cunene, para metais básicos (cobre, cobalto e niquel), e dois no Moxico (cobre, cobalto e prata).
“Após o reconhecimento, seguem-se as etapas da descoberta, do depósito e da avaliação do recurso, ate chegar-se ao mineral. É um momento aerogeofísico, que acontece da melhor maneira possível por conta do Plano Nacional de Geologia (PLANAGEO) que veio para melhorar e avaliar o potencial geográfico do país”, descreveu o responsável.
Segundo disse, para chegar até ao objectivo final, que é alcançar os melhores resultados, extracção de mineiros, pode levar muito mais de 15 anos, mas com o investimento do Governo angolano, reduziu-se, em menos três anos, o processo de transformação para mina (10 a 15 anos).
"Não posso precisar os valores do referido investimento. Porém, com a minha experiência como técnico, pode levar os 30 milhões de dólares anual", avançou.
O investidor
Em 2020, o director executivo da Anglo American, Mark Cutifane, disse estar impressionado com a visão estratégica de Angola, Estado com o qual rubricou cinco acordos, dos quais espera benefícios para as comunidades angolanas, bem como para a Anglo American.
"Fiquei impressionado com a visão estratégica que o ministro angolano Diamantino Azevedo tem para Angola e, em particular, e o que ele quer fazer com o Sector Mineiro" frisou na altura, à margem do “Indaba Mining” que decorreu no referido ano, na cidade do Cabo, na África do Sul.
Na ocasião demonstrou que o que mais esperava é que os cinco acordos assinados, com Angola, pudessem beneficiar as comunidades angolanas e a companhia que gere, acrescentando ter interesse em todos os mineiros que o país detém.
A Anglo American é das cinco melhores empresas exploradoras de diamantes no mundo, sendo que dentre as três maiores mineradoras do mundo estão a BHP Billiton, Rio Tinto e a Vale.
Anglo American PIC é uma empresa britânica que actua no ramo da mineração e uma das maiores do mundo nessa área de negócios, dedicando-se à exploração e beneficiamento de metais do grupo da platina, dos diamantes, do cobre, do níquel, do minério de ferro e do carvão.