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Agricultores com dificuldades de escoar produtos em Luanda

     Economia              
  • Luanda • Quarta, 01 Fevereiro de 2023 | 20h29
José dos Santos, Presidente da UNACA
José dos Santos, Presidente da UNACA
Alberto Julião-ANGOP

Icolo e Bengo – Vários agricultores filiados na Federação das Associações de Camponeses e Cooperativas Agro-Pecuária (UNACA), em Luanda, estão com dificuldades de escoar os produtos do campo para os mercados, pelo mau estado das vias e falta de transporte, soube a ANGOP.

Organizados em cooperativas, umas com 50 e outras com até 300 filiados e a cultivarem em 60 e cerca de 1500 hectares cada, os agricultores, dos municípios de Cacuaco, Viana, Icolo e Bengo, Quiçama e Belas, clamam por apoios do Estado na celeridade de atribuição de título de terra, condição indispensável para o acesso ao financiamento, junto das instituições credoras.

Essas preocupações foram apresentadas esta quarta-feira, no Município de Icolo e Bengo, em Luanda, durante um seminário provincial, promovido pela UNACA, que visou capacitar os presidentes das cooperativas agrícolas, sobre as formas de elevarem as suas produções, no âmbito do programa de fomento da agricultura comercial.

Além da falta de meios para escoar os produtos, apelam para necessidade de uma rigorosa fiscalização aos mercados ou empresas vendedoras de alfaias, pois, não têm qualidade alguma para a agricultura.

“Uma moto-bomba e uma charrua novas podem funcionar por apenas um ou dois dias. A moto-bomba ganha fugas e as lâminas da charrua são tão frágeis que se partem ou empenam ao lavrar a terra”, revelou Carlos Baptista, da cooperativa Nena Epungo, que pede igualmente apoios em tractores e insumos agrícolas.

Fabiana Silva, presidente da cooperativa Desejo Familiar, da Quiçama, disse ter perdido a conta de quantas toneladas de batata, mandioca e milho se perderam por falta de vias de acesso e de meios de transporte para os locais de venda.

Apesar disso, o presidente da UNACA, José Bernardo dos Santos é de opinião que urge a necessidade de se aumentar a produção e a saída do nível de agricultura de subsistência para a comercial.

Em declarações à ANGOP, no Icolo e Bengo, o responsável fez saber que, para tal, estão a promover acções formativas para elevar os conhecimentos técnicos dos agricultores da Província de Luanda.

Das 184 cooperativas controladas pela UNACA, em Luanda, apenas 13 já beneficiaram de financiamento, no âmbito do Programa de Apoio ao Crédito (PAC).

“Temos estado a manter contacto com várias instituições financeiras, para que mais cooperativas sejam financiadas e haja maior quantidade e qualidade de produtos agrícolas”, disse o responsável.

Por sua vez o consultor do Ministério da Agricultura, David Freitas fez saber que os problemas apresentados serão resolvidos de forma paulatina e faseada, por envolverem vários sectores.

“Os problemas estão todos identificados, são similares e penso que não podem ser atacados isoladamente, devendo congregar os próprios agricultores, o Estado e as instituições bancárias, com políticas cambiais, fiscais e de incentivo à produção”, disse o responsável.

As principais culturas produzidas em Luanda são o tomate, alface, cebola, batata-doce, milho, mandioca, batata rena, entre outras.

Dados da UNACA indicam que, há safras em que já chegam a se produzir, em Luanda, mais de 200 toneladas de produtos variados por cada cooperativa.

Em média, a cooperativa com menos terras está com 60 hectares e a com mais espaços, está com cerca de 1500.

No entanto, essas terras não são cultivadas a cem por cento, por falta de capacidade técnica e financeira para aquisição de insumos e imputes agrícola.





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