Luanda - A primeira produção comercial de petróleo nos Blocos 20 e 21 da Bacia do Kwanza está prevista entre finais de 2026 e início de 2027, após o Acordo Princípio assinado nesta terça-feira, entre a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), a TotalEnergies Angola e a Sonangol.
O Acordo assinado vai permitir viabilizar este primeiro projecto de desenvolvimento na Bacia do Kwanza, depois das descobertas feitas há 10 anos pelo grupo empreiteiro Cobalt, que acabou por desistir do processo de desenvolvimento tendo repassado à Sonangol,esta por sua, à TotalEnergies.
O projecto de desenvolvimento dos Blocos 20 e 21, que passa a ser unificado, está localizado a cerca de 150 quilómetros a Sudoeste de Luanda e compreenderá uma plataforma flutuante do tipo "FPSO" o sétimo da TotalEnergies em Angola, âncorada a 1 700 metros de profundidade de água e ligada a uma rede de produção submarina.
Com novos termos fiscais e contratuais, no quadro da revisão feita no Decreto Executivo sobre Campos Marginais, o acordo rubricadoprevê o desenvolvimento das descobertas já feitas nos dois Blocos com uma capacidade de produção estimada entre 70 a 100 mil barris dia (BOPD).
De acordo com o presidente do Conselho de Admistraçao da ANPG, Paulino Jerónimo, com este "agreement", daqui a dois ou três meses, os parceiros tomarão a decisão final em termos de investimento a ser feito, que poderá rondar os cinco mil milhões de dólares.
O campo começa a produzir em finais de 2026 ou princípio de 2027, uma produção que aguarda para contribuir na redução do declínio da produção, hoje estimada em 1,1 milhão de barris por dia.
"Se tudo correr bem e toda a documentação for aprovada pelo Executivo, pensamos que teremos pela primeira vez produção comercial na Bacia marítima do Kwanza",disse Paulino Jerónimo com ar optismista.
Desta empreitada, a TotalEnergies Angola detém 80% e outros 20% ficam com Sonangol Pesquisa e Produção que será a co-operadora do projecto.
Ainda de acordo com Paulino Jerónimo, a TotalEnergies Angola dentro em breve também fará a cedência da sua participação em outra entidade por ser anunciada.
O director-geral da TotalEnergies Angola, Martin Deffontaines, destacou a importância do acordo rubricado que no seu entender vai permitir colocar em produção as descobertas Cameia e Golfinho e valorizar novos recursos energéticos nacionais.
"A assinatura deste acordo significa que os parceiros deste projecto estão alinhados e têm como objectivo concretizar o primeiro projecto de desenvolvimento petrolífero na Bacia do Kwanza", considerou Martin Deffontaines.
Na mesma ocasião, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, enalteceu o empenho dos parceiros pa concretização do acordo.
Os passos a serem dados exige também uma participação activa do seu pelouro, tendo garantido celeridade na sua efectividade.
"Os meus parabéns pelo importante passo e espero que os passos restantes sejam dados com o mesmo rigor e que o tempo prometido se alcance os objectivos e as metas previstas",augura o titular.
Outros acordos à vista
A Concessionária Nacional-ANPG continuar com o processo de negociações e outros acordos ligados à campos marginais podem vir a ser concretizados nos próximos tempos.
Segundo o presidente do Conselho de Administração, Paulino Jerónimo, estão previstos acordo do campo Chissonga no Bloco 16, tres campos no Bloco 31, e outros no Bloco 32, enquanto estão a ser desenvolvidos os campos do Bloco 0.
No Bloco 0 está já em produção o primeiro e segundo campos marginais, ou seja, o Nsinga e Lifua, e nesta altura inicia a construção da plataforma para o desenvolvimento do Dália Sul.
"Isso tudo é que vai permitir estabilizar à produção,mas o mais importante ainda é continuarmos a fazer exploração. Só com novas descobertas permitirão substituir as reservas produzidas agora", disse Paulino Jerónimo em declarações à imprensa à margem do evento.
O petróleo é dos recursos mais estratégicos de Angola, representando hoje mais de 90% das exportações totais do país, aproximadamente 20% do PIB nacional e 40% das receitas fiscais do Estado.NE