Luanda – O Sporting de Portugal sagrou-se campeão da primeira Liga lusa de futebol ao vencer na noite desta terça-feira o Boavista, por 1-0, quando faltam ainda duas jornadas para o fim do campeonato.
Em jogo da 32.ª ronda, disputado no estádio José de Alvalade, o único golo da partida foi marcado por Paulinho, aos 36 minutos, após cruzamento de Nuno Santos, segundo a reportágem do www.dn.pt.
A partida contou com a presença em campo de dois angolanos como titulares por parte do Boavista, nomeadamente, Show, ex 1º de Agosto, e Angel Gomes, que evolui ao longo dos anos na Europa.
O último título da formação de Alvalade tinha sido obtido na época de 2001-2002.
Com duas jornadas por jogar no campeonato, a equipa liderada por Rúben Amorim tem oito pontos de avanço (82 pontos) sobre o FC Porto (74), segundo classificado. O Boavista é 16.º e antepenúltimo, com 30 pontos.
Recorde-se, trata-se do segundo título conquistado esta época, depois da Taça da Liga, em Janeiro.
Campeão sem derrotas?
A equipa de Rúben Amorim tem ainda mais um grande desafio até ao final do campeonato, que é terminar a prova sem qualquer derrota.
Para já, em 32 jogos, regista uma folha de serviço sensacional, com 25 vitórias e sete empates - FC Porto (casa e fora), Famalicão (casa e fora), Rio Ave (casa), Moreirense (fora), Belenenses SAD (casa).
Os leões podem tornar-se a primeira equipa a acabar invicta um campeonato com mais de 30 jornadas. Se o conseguirem, ficarão mesmo assim muito longe do recorde de invencibilidade dos outros grandes em mais do que uma época, já que o Benfica esteve 56 jogos sem perder, entre 1976/77 e 1978/79, e o FC Porto 55, entre 2009/10 e 2011/12.
Se há mérito sobretudo do treinador e também do presidente, os protagonistas foram os jogadores. O Sporting gastou esta época (mercado de inverno incluído) perto de 30 milhões de euros em reforços - mais de metade em Paulinho contratado ao Sporting Braga, em Janeiro, por 16 milhões, este mesmo que marcou o golo da consagração nesta noite.
O discurso sem euforias
Há quem considere que o afastamento precoce da Liga Europa (logo em Outubro, no play-off de qualificação) e da Taça de Portugal (na primeira quinzena de Janeiro) contribuíram decisivamente para a equipa se unir em torno de um único objectivo que, diga-se, nunca foi assumido em Alvalade.
Numa clara estratégia de retirar pressão aos jogadores, o treinador Rúben Amorim foi repetindo, jornada após jornada, e mesmo quando a diferença pontual para o FC Porto chegou a ser de dez pontos, que no grupo o pensamento era jogo a jogo, e que esse era o foco.
A excepção a esta linha de raciocínio só foi aberta na segunda-feira, precisamente na véspera do jogo com o Boavista.
"Sempre disse que se chegássemos a este ponto, em que estivessem em jogo três pontos que nos dessem o título, seriamos obviamente candidatos", referiu.
E foi assim, jogo a jogo, sem derrotas na Liga, com um discurso cauteloso do treinador e sem euforias antecipadas, que o Sporting conquistou esta terça-feira o 19.º título de campeão da sua história, 19 anos depois do último, sob a orientação do romeno Laszlo Bölöni.
A excelente temporada, agora coroada com o título nacional, vai permitir também ao Sporting um significativo encaixe financeiro com a entrada directa na Liga dos Campeões do próximo ano. Os milhões da competição milionária, aliás, já estavam assegurados desde a semana passada com a vitória em Vila do Conde, diante do Rio Ave.
Serão pelo menos 23 milhões de euros logo à cabeça, mas este valor ainda pode subir. Uma temporada para mais tarde recordar.