Huambo – A falta de dinheiro continua a adiar o retorno do Petro do Huambo, um dos clubes emblemáticos do Planalto Central, ao Campeonato Nacional de futebol da I divisão (Girabola) e na Taça de Angola.
Despromovidos em 2008, os “alvi-negros” têm o registo de ser a equipa do Planalto Central com mais participações no Campeonato Nacional de futebol da I divisão.
Em declarações hoje, terça-feira, à Angop, o presidente da agremiação desportiva, Aníbal Rebelo de Oliveira Salumbo, disse ser “menos boa” a situação financeira do clube, que no passado dia 05, comemorou 42 anos de existência.
Segundo o dirigente, que falava sobre a situação actual do clube fundado em 1980, a agremiação enfrenta uma crise financeira desde 2005, altura em que deixou de ser patrocinada pela Sonangol, agravada a partir de finais de 2017, quando perdeu, por definitivo, o apoio do patrocinador, a petrolífera British Petroleum (BP).
Face à situação, disse, o clube sobrevive das contribuições de amigos, de alguns sócios e de receitas provenientes de acções empreendidas pela direcção, mas que não permitem traçar grandes projectos como a participação no Girabola e na Taça de Angola.
“Por conta disso, continuamos a não pensar no Girabola, pois que o momento aconselha-nos à prudência. Não nos vamos aventurar a entrar na prova e desistir ao meio. Somos maduros o suficiente para não cometer erros primários”, disse o dirigente.
Aníbal Salumbo disse que uma das principais estratégias do clube passa pela criação de condições para estabilização financeira sustentável e só depois disputar o zonal de apuramento do Girabola.
Enquanto se trabalha na estabilidade financeira, referiu que a agremiação vai continuar a disputar o Campeonato Provincial de futebol, onde participa desde finais de 2021, com o ressurgimento da equipa sénior, sete anos depois de ter sido extinta (2014), quando participou, pela última vez, no zonal de apuramento ao Girabola de 2015.
“A grande paixão do público é, sem margem para dúvidas, o futebol sénior da I divisão, mas para respondermos aos anseios da grande massa associativa, vamos estar na prova provincial que decorre, neste momento, cujos resultados têm sido bastantes animadores, salientou.
De igual modo, destacou a aposta nos escalões de formação nas mais variadas modalidades: futebol, andebol, basquetebol, voleibol, ginástica e tae-kuon-do, iniciada em 2008, tendo contado até 2019, com pelo menos 600 atletas, entre crianças, adolescentes e jovens, nas diversas categorias, porém reduzido para metade, devido aos constrangimentos impostos pela pandemia da Covid-19.
O Petro Atlético do Huambo surgiu da fusão do Atlético Clube do Huambo e do Grupo Desportivo da Sonangol, por iniciativa dos dirigentes desportivos da altura, com o objectivo de dotar a província de um clube moderno, organizado e forte financeiramente com o suporte da petrolífera estatal.
Entre os seus momentos de glória, ao longo dos 42 anos de existência do primeiro clube de Angola a registar oficialmente a designação PETRO, destaca-se a digressão efectuada à Europa Ocidental (Itália) em (1980) e de vencer o primeiro Campeonato Nacional da 2ª Divisão, realizado no país após a Independência nacional.
Conta com uma gama de atletas praticantes de várias modalidades desportivas, com destaque para o futebol, ginástica, basquetebol, andebol e de desporto de luta.
Em termos de infra-estruturas o clube possui uma sede social reabilitada, um pavilhão gimnodesportivo com um vasto quintal anexo, um centro de estágios, um campo de futebol próprio e um terreno de cerca de 4 hectares na zona do Cambiote.