Menongue - O chefe de Departamento do Gabinete Provincial do Ambiente no Cuando Cubango, Osvaldo Bartolomeu, defendeu hoje, quarta-feira, em Menongue, o envolvimento das comunidades locais na gestão sustentável dos recursos naturais, através da eliminação de práticas de agressão ao meio ambiente.
Em declarações à ANGOP, em alusão ao 22 de Maio, Dia Internacional da Biodiversidade, Osvaldo Bartolomeu sublinha que o sector do Ambiente no Cuando Cubango está seriamente preocupado com a devastação de milhares de hectares de florestas ao longo do perímetro das zonas habitadas, sobretudo a nível das sedes municipais e comunais, que estão sem plantadas para proporcionar um clima saudável aos habitantes.
Segundo o responsável, actualmente a maioria das sedes municipais e comunais estão sem polígonos florestais, capazes de abrandar os ventos fortes e as altas temperaturas que se fazem sentir nos últimos tempos no Cuando Cubango, tudo por conta das queimadas e outras práticas prejudiciais ao meio ambiente.
Osvaldo Bartolomeu apontou que, para acabar com esse mal, a direcção tem encorajado as administrações municipais e a população em geral a pensar no ambiente de uma maneira mais abrangente, como a plantação de árvores, campanhas de limpezas nas zonas urbanas, periurbanas e eliminação de principais focos de resíduos sólidos.
O responsável destacou, igualmente, a realização de palestras de sensibilização da sociedade e educação ambiental sobre o saneamento básico nas comunidades, com o objectivo de se melhorar a qualidade do ambiente, enquanto factor que influencia na vida sadia da população.
Por outro lado, lembrou que, nos parques nacionais do Luengue-Luiana e de Mavinga, onde as espécies de rinocerontes e répteis, como a jibóia, fazem parte da lista dos animais em vias de extinção, têm merecido maior atenção na questão da protecção da fauna.
Já o engenheiro agrónomo Euclides Sanjambela considerou importante fazer-se uma reflexão sobre as melhores formas de actuação a nível local, para que a nível global se possa fazer abordagens mais sustentáveis de desenvolvimento que permitam melhorar a qualidade do ambiente e, consequentemente, a vida das gerações presentes e futuras.
Defendeu que a preservação e a educação ambiental são um grande desafio fixado para o momento actual, para que se criem os mecanismos necessários que permitam que em Angola, em particular no Cuando Cubango, as espécies da flora e da fauna cresçam sem que a acção do homem represente uma ameaça ou risco ao património cultural e ambiental.
Para o engenheiro, a data deve espelhar bem a importância da valorização, do respeito e do cuidado que se deve ter com a flora e a fauna, propiciando a conservação da própria natureza.
Conforme Euclides Sanjambela, o pressuposto acima realçado impõe a necessidade de se continuar a incutir, principalmente na juventude, nas organizações sociais, nas autoridades tradicionais e nas comunidades, o espírito de promover a adopção de atitudes e comportamentos que concorram nesta direcção.
Alertou que as queimadas têm resultado em perda da fertilidade dos solos e aceleração do surgimento de ravinas e alterações climáticas.
Por isso, considerou de grande relevância que se advogue maior consciencialização sobre a preservação da biodiversidade, bem como o aumento de fiscais ambientais para travar o fenómeno da caça furtiva e o abate indiscriminado de árvores para a produção de carvão. LMZ/ALK/FF/PLB