Lubango - Pelo menos 110 catadores de resíduos sólidos, de 150 previstos, foram formados no Lubango, província da Huíla, desde Junho de 2022, no quadro do projecto “Desperdício Zero no Lubango”, implementado pela ONG Epongoloko.
Os mesmos foram formados em matérias de tratamento, selecção e aproveitamento dos resíduos sólidos, segurança no trabalho e educação ambiental, em diversos bairros nas comunas sede, do Hoque e da Quilemba, município do Lubango.
Em declarações à ANGOP, o secretário-geral da Epongoloko, Feliciano Dionísio, disse que os beneficiários, para além de manterem a cidade e bairros adjacentes limpos, também ganham alguma renda com a venda do “lixo” nas empresas que usam o material reaproveitável.
A par da formação, a fonte afirmou estar em fase final a formação de duas cooperativas, com dezenas de membros já formados na área, para poderem posteriormente concorrerem a financiamentos bancários e assim dinamizar a actividade dos envolvidos.
O também coordenador do projecto, “Desperdício Zero no Lubango” referiu que o cadastramento e a formação de outros 40 catadores serão feitos até Agosto do ano em curso.
Referiu que a par dos 110 catadores individuais formados, em processo de criação de cooperativas, formaram, igualmente, 100 outros funcionários de 10 empresas de recolha do lixo porta a porta na cidade do Lubango, que actuam em quatro comunas do município, com excepção a da Huíla.
Destacou ser visível o impacto do projecto, pois nos jovens formados é possível observar maior rendimento na venda dos resíduos, que anteriormente era feita a intermediários, num valor de um kwanza/quilograma, mas agora estão já estão a comercializar de forma directa nas empresas a cinco kwanzas/quilograma.
Com o projecto, segundo Feliciano Dionísio, os catadores receberam igualmente o equipamento necessário para não estarem expostos directamente ao lixo, como luvas, fatos, bonés, máscaras, botas entre outros, assim como adquiriram duas motorizadas de três rodas que estão a trabalhar com os mesmos, actualmente na gestão de uma empresa local por causa da manutenção.
O projecto “Desperdício Zero”, com periodicidade de Novembro de 2021 a Outubro de 2024, mas por questões técnicas foi lançado apenas em Junho de 2022, tem um financiamento global de 500 mil euros, dos quais 450 mil da União Europeia e 50 mil da Epongoloko.
Entre as finalidades da organização, o destaque recai para a pesquisa, mobilização, organização e aproveitamento dos recursos naturais como catalisador do desenvolvimento, formação sobre educação ambiental, entre outras iniciativas sociais.
A ONG nacional Epongoloko, que significa "Mudança" na língua nacional Umbundu” existe desde 1999, foi institucionalizada na perspectiva de apoiar aos mais vulneráveis por meio da contribuição de esforços para a prossecução de proceder diagnósticos rurais que viabiliza a identificação dos problemas prementes das comunidades.
A organização com sede no Lubango, já implementou projectos de construção de silos, de pesca fluvial e o da produção de mel, todos desenvolvidos em Caluquembe no período de 2001 a 2005. EM/MS