Ondjiva – A criação de polígono florestal no município do Curoca, uma das zonas mais afectadas ciclicamente pela seca na província do Cunene, é uma das soluções para a resiliência às alterações climáticas.
A municipalidade, que fica há 333 quilómetros da cidade de Ondjiva, é o mais afectado pela seca na província do Cunene, obrigando centenas de pessoas e animais a abandonar a região em direcção aos municípios da Cahama, Ombadja e Cuvelai, assim como para a vizinha Namíbia.
Em entrevista à Angop, o chefe do Instituto de Desenvolvimento Florestal no Cunene, Dumbo Mupei, disse que o Curoca é o município eleito para se criar espaços verdes, através da plantação de mudas da espécie prosopilis zua, de modo a melhorar o ecossistema nas comunidades.
Esclareceu que a espécie eleita é de crescimento rápido, bastante adaptável ao clima e solos de tendência arenosa e clima semi-árido, cujo desenvolvimento pode garantir a alimentos para os pequenos e grandes ruminantes no período seco.
Lembrou que a região é fortemente agredida pela seca, onde a ocorrência de estiagem é cíclica, facto que chama atenção para criação de um pulmão florestal, visando a adaptação e resiliências da alteração climática.
Dumbo Mupei fez saber que os polígonos florestais têm grande utilidade, na medida em que servem de reposição da floresta e a criação de cortinas para travar fortes ventos.
“O instituto tem em carteira o plano da criação de polígonos e espaços verdes, com vista a proteger as zonas mais afectadas pela seca e pelo garimpo madeireiro”, realçou.
Para a concretização deste projecto, frisou, a província dispõe de um viveiro com capacidade de produção de 120 mil mudas de plantas na comuna do Xangongo, mas que carece recursos financeiros e equipamentos para sua implementação no decorrer do ano de 2021.