Ondjiva - Um pangolin, espécie animal em vias de extinção, caçado de forma ilegal no Parque Nacional da Mupa, província do Cunene, foi devolvido esta sexta-feira ao seu habitat, depois de recuperado pelo Serviço de Investigação Criminal.
Os pangolins são mamíferos da ordem Pholidota que vivem em zonas tropicais da Ásia e de África, cujas escamas são, há séculos, muito valorizadas na medicina tradicional chinesa.
A informação foi prestada esta sexta-feira à ANGOP, pelo chefe do Departamento do Ambiente no Cunene, Tchingungo Contreiras, referindo que o animal que estava a ser comercializado no mercado informal de Oshamukuio (Ondjiva), foi recuperado com base numa denúncia. O autor encontra-se detido.
Disse que com base no processo-crime junto da Procuradoria da República, foi decidido a reposição do animal no seu habitat. Antes disso, o animal foi submetido a diagnóstico sanitário e encontra-se em bom estado.
Sobre o assunto, o administrador adjunto do Cuvelai, Emanuel Penomalenga, louvou o trabalho desenvolvido para recuperação e devolução do animal ao seu habitat, sublinhando que a região é um local onde a caça furtiva é frequente, devido a insuficiência de fiscais.
Já o ambientalista Jerónimo António realçou a necessidade de se trabalhar mais na educação das comunidades locais, no sentido de serem protectoras da flora e fauna selvagem, desencorajar a caça e o tráfico da escama do animal.
Jerónimo António argumentou que muitas das famílias das comunidades rurais não têm domínio da proibição da caça desses animais.
O animal é usado para vários fins medicina tradicional, outros rituais onde a escamas, feitas de queratina, semelhante às unhas, são frequentemente torradas e moídas em pó para supostamente curar artrite, promover a amamentação das mães e aumentar a virilidade masculina.
Outros chegam a consumir a carne deste animal por considerarem ter substâncias que rejuvenesce a pele humana.
Os cientistas classificaram todas as espécies de pangolins como estando em risco de extinção. Este animal adopta uma forma enrolada, semelhante à do ouriço-cacheiro, quando ameaçado, tem o corpo coberto de escamas. FI/LHE/OHA