Lobito - A Associação Nação Verde, ONG ligada ao ambiente, já enviou quinze mil toneladas de resíduos sólidos para as fábricas de reciclagem, desde o lançamento do projecto, em 2020, soube a ANGOP.
O presidente e fundador da ANV, Nuno Cruz, revelou o facto à imprensa, à margem do acto de apresentação dos novos modelos de ecopontos da organização, para recolha selectiva dos resíduos.
Segundo Nuno Cruz, é necessario promover a valorização dos resíduos sólidos nas comunidades, porque eles podem servir de matéria-prima para outros produtos.
O ambientalista explicou que a disseminação dos ecopontos, não obstante ser uma mais-valia para a Educação ambiental, está a criar postos de trabalho para os catadores que já o fazem há algum tempo.
Explicou que, anteriormente, estes, quando se dirigissem aos contentores comuns para recolha de material ferroso, plástico, vidro e outros, tinham de entrar no seu interior e estavam sujeitos à contaminação.
"O lixo é um problema e tem sido uma das maiores causas de morte da população, devido à malária", alertou.
Hoje, segundo ele, os catadores são integrados no projecto, recebem uma formação e um kit de equipamentos de protecção individual, que lhes permite fazer o trabalho de forma mais digna e a sua remuneração está muito acima do que conseguiam com as vendas daquele material.
Disse que os ecopontos, numa primeira fase, estão a ser colocados junto aos contentores comuns e quando as pessoas se dirigirem para fazer o depósito do lixo, os catadores aproveitam para informar sobre os lugares destinados, de acordo com as cores que sinalizam cada espécie de resíduos.
Questionado sobre a implementação do projecto na província de Benguela, disse que a ANV vai juntar-se às iniciativas que já existem.
"Já há ecopontos que estão a ser produzidos a nível local. Vamos trocar experiências com as organizações de defesa do ambiente", afirmou
Referindo-se aos contentores para resíduos domésticos, reprovou a acção das grandes superfícies comerciais como hotéis, supermercados e lojas, que também usam esses equipamentos para o efeito.
"Apelamos à maior fiscalização, tanto por parte da Agência Nacional de Resíduos, bem como da Direcção de Fiscalização, para pôr cobro à esta situação", afirmou.
Aterros sanitários
O presidente da ANV manifestou-se contra a implementação de aterros sanitários, apesar de afirmar claramente que eles não existem no país.
"O que temos são grandes lixeiras, actualmente descontroladas, porque as pessoas, sobretudo crianças, vão tendo acesso a esses lugares", considerou.
Explicou que a nível de outras latitudes já não existem aterros sanitários porque os resíduos ali enterrados, principalmente os orgânicos, vão poluindo os solos e subsolos.
Deu o exemplo de uma "grande erosão do solo", ocorrida há cerca de dois anos na República Democrática do Congo, causada por um aterro sanitário.
Para Nuno Cruz, a implementação de incineradoras comunitárias seria mais eficiente para o tratamento dos resíduos.
A Associação Nação Verde é uma Organização Não Governamental filantrópica, sem fins lucrativos, fundada em 2017. TC/CRB