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ISCED e Universidade de Debrecen procuram cyperacea no Bicuar

     Ambiente              
  • Huíla • Quinta, 02 Fevereiro de 2023 | 19h14
Parque do Bicuar
Parque do Bicuar
António Escrivão

Lubango - Sete investigadores do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) da Huíla e da Universidade de Debrecen da Hungria vão efectuar, este mês de Fevereiro, levantamento exaustivo das zonas húmidas do parque do Bicuar para apurar a existência de uma planta com propriedades medicinais conhecida como a Cyperacea.

A Cyperacea é uma planta com propriedades medicinais, com características antimicrobiana, balsâmica passível de ser usado no tratamento da pneumonia, tuberculose, feridas, e outras doenças.

Contribuem igualmente um mpara o controlo da erosão e a purificação de água nas áreas pantanosas. Quando erradicadas todo o ecossistema é alterado, desaparecendo zonas de nidificação e de protecção de mamíferos e animais aquáticos.

Cyperacea apresenta alta diversidade taxonómica, incluindo perto de cinco mil espécies e 104 géneros distribuídos em duas subfamílias e dez tribos. 

Tem ainda importância económica, servindo para ornamentação e algumas para a produção de perfumes, cobertura de casas de capim.

Os investigadores só virão para procurar as espécies da planta e o ISCED vai aproveitar a presença deles para desenvolver um projecto de gestão de incêndios.

O projecto de levantamento dessa espécie da flora vai envolver cinco investigadores do Centro de Estudo de Biodiversidade e Educação Ambiental (CEBEA) do ISCED da Huíla e dois especialistas em cyperaceas do Centro Ecológico da universidade de Debrecen.

A ideia da parceria é desenvolver a nível do Parque Nacional do Bicuar com a Universidade de Debrecen, um projecto de gestão dos incêndios, monitoramento da vegetação, segundo o investigador do CEBEA do ISCED-Huíla, José Kamongua Luís.

Em declarações à ANGOP no Lubango, o investigador realçou que  como as comunidades estão  nas áreas adjacentes do parque, a ideia é tentar encontrar um ponto de equilíbrio a gestão dos incêndio e o abate indiscriminado das plantas.

Afirmou que uma das principais causas dos incêndios a nível do parque é a caça furtiva,  pese embora quando os infractores são apanhados alegam que a queimada é para a renovação dos postos para justificar que os incêndios também são necessários para o próprio equilíbrio da biodiversidade.

Para o investigador, agora com as novas perspectivas, o objectivo é monitorar principalmente o fogo, de acordo com um artigo que saiu em 2020, relativamente aos incêndios florestais para a África Subsariana.

Explicou que Angola, principalmente nas áreas de conservação,   está crítica e há toda necessidade de se regular, com vista a diminuir estas tais queimadas, por acarretarem  graves consequências para a vegetação  e vão  contar com a  parceria da universidade referida.

Sublinhou que esse tipo de monitoramento constitui uma ferramenta útil para a conservação da biodiversidade e estudos semelhantes devem ser  estendidos para outras áreas onde  têm estado a perder a vegetação.

Acções desenvolvidas pelo ISCED no Parque Nacional do Bicuar

O trabalho que a instituição fez  a nível da província da Huíla que tem a ver com o mapeamento da vegetação,  levou-os  a intervir desde 2013,  no parque, tendo em conta as suas particularidades uma vez que é uma zona de conservação e dos resultados obtidos foi possível descriminar cinco classes de vegetação.

Sendo três classes de miombos que é a comunidade mais extensa e que mais abunda a África Subsariana, uma de Baphia que predomina em toda  região do Sudoeste de Angola e constitui uma fonte proteica para o gado, a Baikiaea plurijuga, uma espécie que podia ser colocar na lista de espécies ameaçadas pelo facto de ser produtora de madeira.

Nessa perspectiva, referiu que ainda no âmbito do mesmo projecto foi instalado  16 parcelas  permanentes, cada uma mede 20/50 metros, cujo objectivo é fazer o monitoramento temporal da vegetação e as respectivas perturbações, desde o abate até aos incêndios.

“E  porque nós medimos todas as espécies que estão dentro dessas parcelas e colocamos determinadas etiquetas e por sua vez essas etiquetas  é que nos vão permitir fazer o seu acompanhamento temporal e as parcelas estão espalhadas em diferentes partes do parque”, manifestou.

Destacou que  no âmbito da nova dinâmica do ISCED-Huíla,  têm estado a estabelecer contactos com novos parceiros, no sentido de alargarem rede de parcelas de 16 para 50, para o monitoramento da  própria biodiversidade  e  controlar as diferentes perturbações  que o parque tem vindo a sofrer.

Com uma dimensão de sete mil e 900 quilómetros quadrados, o Parque do Bicuar foi criado em 1953 com o objectivo de proteger e defender diversas espécies animais e vegetais, estando localizado numa zona limítrofe dos municípios do Quipungo, Matala e Gambos.





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