Implementação do SASSCAL permite formar 298 técnicos

     Ambiente              
  • Huambo • Terça, 18 Outubro de 2022 | 07h45
Secretário de estado do ensino superior e inovação, Eugénio da Silva
Secretário de estado do ensino superior e inovação, Eugénio da Silva
Domingos Cardoso

Huambo – Duzentos e 98 técnicos superiores angolanos foram formados, no quadro da primeira fase do Centro da África Austral para Ciência e Serviços para Adaptação às Alterações Climáticas e Gestão Sustentável dos Solos (SASSCAL).

A primeira fase do SASSCAL, que congrega Angola, África do Sul, Botswana, Namíbia e Zâmbia, foi implementada, entre 2012 e 2018.

A informação foi prestada pelo secretário de estado do Ensino Superior e Inovação, Eugénio da Silva, quando discursava na abertura do Fórum de Diálogo sobre as Alterações Climáticas, que decorre na cidade do Huambo, sob o lema “Promover a ciência para o desenvolvimento sustentável”.

De acordo com o secretário de estado, dos 298 técnicos formados, constam 25 licenciados, 19 mestres e três doutorados em diversas áreas do conhecimento, com destaque para a agricultura, enquanto 118 técnicos de nível médio foram capacitados nas áreas de educação, avaliação, monitorização e gestão da biodiversidade e 20 camponeses.

Disse tratar-se do principal contributo ASSCAL para o Angola no capítulo de promoção do desenvolvimento humano.

Acrescentou que, entre 2012 e 2018, o SASSCAl financiou 13 projectos de investigação científica, com um montante global de dois mil milhões, 723 mil 901 euros.

Explicou que os 13 projectos foram remetidos pelas faculdades de Ciências Naturais da Universidade Agostinho Neto, e de Ciências Agrárias da Universidade José Eduardo dos Santos, para além do Centro Nacional de Investigação Científica, dos institutos superiores Politécnico da Tundavala, de Ciências da Educação (ISCED-Huíla) e pelo Instituto de Meteorologia e Geofísica de Angola.

Disse ainda terem sido contempladas com financiamentos para a execução de projectos relacionados com a elaboração do atlas sobre hidrogénio verde, sobre reservatórios e barragens da África Austral, descarbonizarão no âmbito da produção de energia, monitorização e avaliação de zonas húmidas transfronteiriças das bacias hidrográficas da África Austral.

No domínio das infra-estruturas da base de apoio à investigação científica e desenvolvimento, disse terem sido instalados vários projectos, com a implementação de 18 estações metrológicas automáticas na rede nacional e a recuperação de outras 21 que se encontravam avariadas nas províncias do Cunene, Huila e Namibe.

Eugénio da Silva fez saber que o SASSCAL permitiu com que Angola fizesse parte da rede de observadores da biodiversidade da região Austral, com a instalação de seis observatórios nos parques nacionais do Iona, da Cameia e do Bicuar, incluindo em Cusseque e em outros locais representativos em ecossistemas.

Destas acções, disse o responsável, resultaram mais de 20 publicações de trabalhos dos observatórios de Angola.

Para a segunda fase do centro, denominado SASSCAL 2.0, a ser implementado, entre 2022 e 2025, disse que o país está empenhado a transformar a iniciativa mais internacional, através da ratificação do “tratado SASSCAL”.

Para o efeito, disse que serão apresentados no evento que decorre nesta cidade, os sete projectos angolanos elegíveis para o financiamento para a próxima fase, cujo processo de avaliação esteve a cargo de uma comissão de júri de reconhecido mérito internacional.

Explicou que os mesmos projectos, elaborados pelas instituições de ensino superior nacional e internacional, estão relacionados com as áreas de segurança alimentar, das águas, infra-estruturas de apoio científico e investigação de plantas medicinais.

Também, destacou como perspectivas, a construção, nos próximos três anos, na província do Huambo, do Nó nacional do SASSCAL em Angola.

Por sua vez, a presidente do Conselho de Administração do SASSCAL, Jane Chinkusu, disse que o projecto está a impactar, positivamente, na vida dos povos dos países abrangidos, em termos de prevenção de alterações climáticas.

 

Jane Chinkusu referiu serem inúmeros os desafios neste capítulo, o que exige o engajamento de todos os Estados a agir para se alcançar os objectivos desejados, em termos de combate às alterações climáticas, cuja estratégia passa pela aposta no investimento no capital humano, na tecnologia e investigação científica.

Já o embaixador da Alemanha em Angola, Stefan Traumann, reiterou o compromisso do Governo alemão em continuar a apoiar a implementação do SASSCAL na África Austral.

Segundo o diplomata, “apesar da crise energética dominar a discussão política do dia-a-dia no mundo, não se pode perder de vista os desafios de combate às alterações climáticas, por afectar particularmente os países da África Austral, cujas consequências são visíveis, com as constantes secas”.

Estas consequências, referiu, têm causado crises alimentares e agravando da fome e da pobreza dos povos de zonas afectadas.  

Os participantes ao Fórum de Diálogo sobre as Alterações Climáticas, com duração de dois dias, estão analisar temas como “Impacto do SASSCAL face às alterações climáticas na região da África Austral”, “Impacto das investigações científicas do SASSCAL, Desenvolvimento de capacidade e prestação de serviços na região” e “Projectos do SASSCAL 2.0”.  

O evento será, igualmente, marcado com o anúncio do lançamento do SASSCAL 2.0.

O SASSCAL é uma iniciativa que surge no âmbito do reforço do ambiente de investigação científica na região Austral de África, olhando para os grandes desafios globais e neles integram Angola, África do Sul, Botswana, Namíbia e Zâmbia (África) e na Alemanha (Europa).

Em Angola esta iniciativa, financiada pelo Ministério da Educação e Investigação da Alemanha,  é coordenada pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação.

 





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