Ondjiva- O governador em exercício da província do Cunene, Apolo Ndinoulenga, aconselhou, sexta-feira, os habitantes da localidade de Onanghue, município do Cuanhama, a evitar a exploração ilegal de recursos florestais para o fabrico de carvão.
Num encontro com as comunidades locais, o governante pediu envolvimento das famílias na preservação do ambiente, apelando-as a adoptar um comportamento que contribua no combate à desertificação.
Apolo Ndiloulenga realçou que nos últimos tempos têm se intensificado o abate desregrado de árvores para o fabrico de carvão, o que tem prejudicado cada vez mais o meio ambiente na província, causando alterações climáticas.
Lembrou que tais actos têm causado impacto negativo nas quedas pluviométricas e, consequentemente, na fraca produtividade nos campos agrícolas.
Reconheceu que o factor pobreza, fome e seca que assola a região, leva a que muitas as famílias optem pelo fabrico e comercialização do carvão, mas o necessário que encontrem as melhores soluções para uma contínua e melhor preservação da fauna e da flora na região.
Para contrapor a actual situação, apelou a necessidade de um maior envolvimento das autoridades tradicionais, líderes comunitários e religiosos, no sentido de sensibilizar a população a este respeito.
Dados do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) no Cunene indicam que o fenómeno alastrou-se em grande escala pela província e está a causar o desaparecimento de várias espécies de árvores, com destaque para o Mupame (Omufiati).
Apontam os corredores da estrada nacional 105 e 120, sobretudo na área limítrofe entre o município da Cahama/Chibemba, Uia/Mujumbe, Xangongo/Mongua, Ondjiva/Omupanda, Ondjiva/Capanda e Mupa, onde se verifica maior actividade.
A comercialização do carvão é feita ao longo dos eixos rodoviários, mercados informais e centros urbanos.
A instituição conta apenas com nove fiscais, para contrapor à exploração ilegal de madeira, abate de árvores e a caça furtiva.FI/LHE/ART