Luanda – A ambientalista angolana Fernanda Renée foi nomeada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) candidata ao Prémio Ambiental da Família Real Britânica, como reconhecimento da acção para a protecção de mangais na orla costeira do país.
Segundo o jornal o Opaís, os cinco vencedores do Earthshot Prize serão anunciados numa cerimónia que acontecerá em diferentes cidades do mundo a cada ano, entre 2021 e 2030, visando a busca de pelo menos 50 soluções para os maiores problemas ambientais do planeta nesta década.
A Earthshot Prize é uma iniciativa do Príncipe William, considerado o prémio ambiental de maior prestígio da história que pretende, até 2030, proteger e restaurar a natureza, limpar o ar que se respira, recuperar os oceanos e construir um mundo sem resíduos e resgatar o clima.
O prémio Earthshot é um prémio ambiental anual com cinco categorias distintas, nomeadamente protecção e restauro da natureza, limpeza do ar que se respira, recuperação dos oceanos, construção de um mundo sem resíduos e resgate do clima.
Lançado em 2020 pelo Príncipe William, com o apoio de uma ampla gama de indivíduos e organizações dedicadas à acção climática, é considerado o prémio ambiental mais ambicioso e prestigiado concebido para incentivar mudanças e contribuir para a recuperação do planeta nos próximos 10 anos.
A angolana, mentora do projecto Otchiva, tem lutado pela preservação e restauro das zonas de mangais com campanhas de sensibilização e reflorestação desta espécie, tendo os voluntários chegado a plantar cerca de 70 mil mangues num único dia, em Fevereiro de 2020, em Luanda.
O prémio da Fundação Real do Duque e Duquesa de Cambridge William e Kate, respectivamente, vai distinguir cinco vencedores com um milhão de libras para ajudar a enfrentar alguns dos maiores desafios ambientais do nosso tempo.
Refira-se que, em Maio de 2020, Fernanda Renée foi distinguida pela União Africana (UA) na Serra Leoa, pelo trabalho que tem feito em prol dos mangais, um dos marcos da entrada de Angola na rota internacional de reflorestação de mangais, fruto do trabalho que tem sido desenvolvido pelo projecto Octhiva.
Desde a sua fundação, o projecto, que deu os seus primeiros passos na província de Benguela, tem desenvolvido acções na cidade do Lobito, Bengo, Soyo, N’Zeto (Zaire) e Luanda.
Em 2020, a especialista, que figurava entre os 35 selecionados para o concurso “Jovens Campeões da Terra 2020”, num universo de mais de 845 inscritos, não fez parte do grupo dos sete concorrentes para a etapa final. A sua exclusão da premiação deveu-se ao facto de ter enviado, inadvertidamente, o seu vídeo concorrente na língua portuguesa, ao invés das línguas de trabalho das Nações Unidas (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo).
Fernanda Renée e a sua equipa querem estendê-lo para as restantes províncias costeiras como o Namibe, Cuanza Sul e Cabinda.
A jovem, de 28 anos, lançou-se no projecto em 2015, após participar na 6ª edição do Prémio para o Desenvolvimento Sustentável, concurso promovido pela Odebrecht.
A conquista deste prémio foi o grande impulsionador do trabalho que tem estado a fazer, até hoje, para a protecção e conservação da natureza.
Licenciada em engenharia de pesquisa e produção de petróleos, pela Universidade Jean Piaget de Angola, trabalha na conservação da natureza, tanto na reciclagem dos resíduos, quanto na restauração e protecção dos ecossistemas ambientais.