Lubango – Os níveis de abate ilegal de árvores no Sul do país está a atingir contornos alarmantes, pondo em perigo os recursos florestais disponíveis, alertou, terça-feira, no Lubango, o secretário de Estado para as Florestas, André Moda.
A desflorestação na Huíla é intensa desde o Polígono Florestal da Palanca, no município da Humpata, que serve de cortina contra os ventos do Deserto do Namibe, até às encostas da Serra da Leba.
O secretário de Estado para as Florestas falava no final de uma visita de dois dias à Huíla onde constatou o problema e analisou o funcionamento do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) da Huíla e do Namibe.
Segundo ele, é uma situação que o levou a orientar os seus técnicos a trabalharem imediatamente nas encostas da Serra da Leba, a fim de sensibilizarem a população e elucidá-las sobre como podem conviver com o meio ambiente.
Sobre a devastação na zona da Palanca, motivada por construções, disse ser reprovável, pois é uma área de cortinas contra ventos, um corredor de vários climas e uma paisagem natural que deve ser preservada a todo custo.
Já a respeito das encostas da Serra da Leba, o secretário de Estado sublinhou tratar-se de uma acção que vai provocar o desabamento das paredes e pedras, danificando o ecossistema e o facilitar o avanço do Deserto do Namibe.
Para ele, a sociedade huilana deve adoptar uma postura de primeiro fiscal florestal, como forma de denunciar e reduzir-se o “preocupante” abate de árvores na província.
Nesta senda, André Moda defendeu que o fiscal não deve ser apenas o uniformizado afecto ao IDF, mas também o cidadão que tem o contacto permanente com as reservas e deve ser o primeiro a denunciar acções que devastam largas zonas sob protecção.
Defendeu igualmente que a educação e a sensibilização contínua da população é crucial para a protecção do ambiente e a criação de zonas verdes.
Na Huíla, para além da densa zona da Serra da Lemba e do Polígono da Humpata, a devastação florestal atinge também os municípios de Quilengues, Caluquembe, Caconda, Chipindo, Cuvango e Matala, na maior parte de casos para exploração ilegal de madeira, fabrico de carvão vegetal, instalação de fazendas e construção civil.