Huambo – O director-geral do Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas (CETAC), Joaquim Laureano, defendeu, esta segunda-feira, no Huambo, uma maior aposta na formação de meteorologistas, para se melhorar a informação climatérica.
Em declarações à imprensa, o responsável referiu que as instituições de ensino superior públicas e privadas, pouco ou nada fazem para a formação desses especialistas, que têm a missão de monitorar as variações climáticas e alertar a população e as autoridades sobre o que deverá ou não acontecer.
A título de exemplo, Joaquim Augusto Laureano fez saber que a instituição que dirige conta apenas com três meteorologistas, uma cifra muito aquém das necessidades do centro, sedeado na cidade do Huambo.
Lembrou que as variações climatéricas que acontecem constantemente no país e, em particular, na província do Huambo, tal como a seca que comprometeu a época agrícola 2020/2021, exigem a instalação de meios eficientes e especialistas capazes de darem resposta ao controlo da variação do clima nos 11 municípios.
O responsável disse que a precipitação climática pode ter alterações durante a época chuvosa 2021/2022, principalmente nos meses de Setembro e Outubro, com pouca chuva, e concentrar-se em Dezembro e Janeiro.
Nesta esteira de pensamento, disse que o Governo da província do Huambo e os seus parceiros sociais devem estimular um desenvolvimento inteligente, baseado na gestão sustentável dos ecossistemas, com a disponibilização de informações permanentes sobre as metodologias de protecção do ambiente.
Joaquim Augusto Laureano referiu ser, igualmente, importante adoptar novos métodos de utilização dos recursos naturais, por se constatar uma situação deplorável das nascentes dos rios Cusava e Lufefena, ambos no município do Huambo.
Disse que estas nascentes, à semelhança de outras, carecem de uma intervenção urgente, por estarem a sofrer acções de poluição, desflorestação, construção sobre elas, exploração de inertes e prática de agricultura, que impedem o seu objecto natural de concentração das águas.
Acrescentou que as famílias camponesas, sem conhecimento ecológico recomendado, ocupam cerca de 0,5 hectares de terras nas margens de rios e nascentes para a produção agrícola, enquanto a desflorestação resulta, na sua maioria, da exploração de carvão.
O Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas, sedeado na província do Huambo, foi criado para a realização de investigações aplicada no domínio da ecologia tropical e alterações climáticas, na perspectiva de gestão de ecossistemas, apoiando a elaboração e implementação de políticas e programas de preservação do ambiente.
Aproveitar as possibilidades oferecidas por este tipo de investigação para a melhoria das condições de vida da população, através da utilização racional dos recursos hídricos, ecológicos e climáticos é outro objectivo da instituição.