Ramiros - A activista ambiental angolana Rebela Botes afirmou, nesta terça-feira, em Luanda, que os catadores de lixo podem contribuir para o crescimento da economia azul e reduzir o impacto ambiental.
Em declarações à ANGOP, para abordar a importância desta actividade, disse que em Luanda centenas de cidadãos colectam, separam, transportam e acondicionam resíduos sólidos, tarefa que lhes permite sustentar as famílias.
De acordo com a co-fundadora da Associação Nação Verde, o exercício dos catadores impede que toneladas de resíduos sólidos tenham como destino o aterro sanitário.
Tendo em conta o crescimento do número de pessoas nesta actividade, aconselhou para a criação de uma associação visando melhor organização e defesa dos direitos dos catadores de lixo.
Afirmou que existe uma relação direita entre os catadores e as empresas de compra de resíduos sólidos, através da venda de matérias recicláveis como papel, papelão, vidro, material ferroso e não ferroso.
Nessa perspectiva, a responsável defendeu a revisão da regulamentação existente, que visa, sobretudo, actualizar a tabela de preços praticados pelos agentes oficializados na compra de matérias recicláveis, porque a actual não compensa, nem motiva os catadores.
Explicou, por exemplo, que um Kg de papelão está a ser adquirido ao preço de trinta kwanzas, o plástico a 100 kwanzas e o ferro a 200 kwanzas.
Porém, lamentou o facto de muitas famílias utilizarem adolescentes para tal prática, o que constitui uma violação dos direitos das crianças, bem como o comportamento de alguns cidadãos que discriminam o exercício de recolha de resíduos sólidos.
A activista ambiental Rebela Botes disse que a Associação Nação Verde controla aproximadamente três mil catadores, que actuam no município de Belas e Talatona , entre outras localidade.
Explicou que a Associação Nação Verde tem realizado acções de formação, com principal objectivo transmitir conhecimento em matérias de reciclagem e métodos de separação dos resíduos sólidos. JJD/JG/ART