Benguela – A trilhar o caminho da sustentabilidade para atenuar o impacto negativo da crise climática ao ambiente, Angola prepara-se para criar um Centro Laboratorial de reutilização de resíduos, apurou a ANGOP.
Segundo o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, o Centro Laboratorial deve responder ao desafio da consolidação da economia circular, através da implementação de tecnologias de tratamento e reciclagem para valorizar o potencial dos resíduos.
Em Benguela, onde se realizou o segundo Conselho Consultivo do sector, Filipe Zau reforçou que a economia circular é um conceito económico moderno e parte do desenvolvimento sustentável e de conceitos económicos inspirados em noções de “economia verde”.
Por isto, acentuou a importância do aproveitamento dos resíduos gerados como matéria-prima para os diversos processos industriais, baseados nos princípios da economia circular.
O responsável diz ainda que a pretensão do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente é tornar efectiva a aplicação da economia circular no país, como resposta às necessidades de adaptação às rápidas mutações que se processam no mundo.
Revela que, neste momento, já se pensa na reestruturação dos órgãos e serviços deste departamento ministerial, que integra três pelouros – a Cultura, o Turismo e o Ambiente, de modo a torná-lo numa estrutura mais simples, ágil e menos complexa em termos de organização e de gestão.
De resto, o ministro elenca outras acções que o ministério pretende desenvolver, como a criação da Agência Nacional de Sustentabilidade Ambiental (ANSA) e a redefinição do Instituto Nacional de Gestão Ambiental.
“O nosso amanhã começa hoje, com a procura de uma estratégia de curto e médio prazo que nos permita evitar navegação à vista”, assegura, optimista de que as conclusões do Conselho Consultivo vão contribuir para edificar um plano de trabalho consensualizado e sólido, para o futuro.
No que diz respeito ao balanço, o ministro considera satisfatório, não obstante o trabalho árduo que ainda tem pela frente.
“Conseguimos reforçar o diálogo com as associações culturais, do turismo e do ambiente”, reconheceu. E acrescenta que, a título excepcional, foi superiormente autorizado o ingresso de todo pessoal ex-contratados dos extintos ministérios da Cultura, do Turismo e Ambiente, agora fundidos num único departamento.
O MCTA actualizou, também, os acordos de cooperação com as universidades, para viabilizar a participação dos funcionários em curso de Mestrado em Planeamento e Gestão Ambiental e em Ciências da Comunicação, Marketing e Publicidade, como afiançou.
No encontro, que decorreu no centro de convenções Dom Armando Amaral dos Santos, participaram mais de 200 pessoas, com destaque para os secretários de Estado do Ministério da Cultura, do Turismo e Ambiente, directores nacionais e provinciais, para além de associações da sociedade civil.
A agenda, subordinada ao lema “Cultura, Turismo e Ambiente: na Emergência de uma Economia Circular”, incluiu, entre vários, os temas os desafios da classificação e da gestão dos bens culturais, o relançamento do turismo, desafios e oportunidades e a estratégia de saneamento.