Ondjiva – O abate indiscriminado de árvores, motivado pela necessidade de subsistência das comunidades rurais, acarreta perigo para protecção do ambiente, alertou, neste sábado, o chefe do Instituto de Desenvolvimento Florestal, Dumbo Gongopito Mupei.
Verifica-se, em toda extensão da província, o abate indiscriminado de árvores para o fabrico de carvão e lenha, assim como material para construção de residências, cerco de quintais, currais e grandes dimensões de campo agrícola, fomentando a desflorestação.
Devido a situação da seca, fome, hábitos e costumes das populações, os habitantes têm por preferência o uso da lenha e do carvão como fonte de energia para cozinhar e a comercialização do carvão, uma das principais fontes de receitas.
Falando a propósito do 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, o especialista florestal disse que o corte de árvores, de forma permanente, destrói progressivamente a biodiversidade, fazendo que determinadas espécies sejam decimadas.
Lembrou que o surgimento das alterações climáticas, como a seca e cheias que a região enfrenta nos últimos tempos, intensifica a radiação solar sobre o espaço, degradação dos solos, aquecimento global, entre outras.
Afirmou que a província do Cunene é o epicentro das alterações climáticas que afectam o Sul do país, devido a fúria da natureza e acção humana.
No seu entender, o pouco poder financeiro de certas famílias, que vivem do fabrico do carvão, deve ser compensado com o repovoamento.
Por outro lado, avançou que para assegurar a participação dos cidadãos na preservação do meio ambiente, está em curso um programa de educação e consciencialização ambiental que conta com o envolvimento das autoridades tradicionais.
Dumpo Mupei acrescentou que tem sido difícil controlar o índice de transgressões florestais por causa do déficit de fiscais, uma vez que o sector conta apenas com 13.
A província dispõe de uma superfície florestal de quatro milhões, 467 mil e 100 quilómetros.
Sob o lema “mais saneamento e higiene na luta contra a covid19, um compromisso de todos”, a data foi marcada com a realização da campanha de plantação de 100 árvores na sede municipal da Cahama.
A celebração do Dia Mundial do Ambiente teve início em 1972, durante a Conferências das Nações Unidas sobre o meio ambiente, com objectivo assinalar acções positivas de protecção e preservação do ambiente e alertar as populações e os governos para a necessidade de salvar o ambiente.