Ondjiva- O chefe de departamento do Ambiente na província do Cunene, Tchingungo Contreira, aconselhou, segunda-feira, aos fazendeiros e comunidade a evitar a ocupação do perímetro do Parque Nacional da Mupa, por perigar a sobrevivência da fauna e da flora.
Em declarações à ANGOP a propósito do Dia Mundial do Habitat, o responsável manifestou-se desapontado pelo facto de grande parte desta reserva natural ter sido ocupada com a instalação de grande superfícies agrícolas, à margem do rio Cunene, fazendas pecuárias e residências nas localidades de Kingomgama, Muongo wakanhenga e Okauva.
Devido a ocupação humana neste perímetro, salientou, muitas espécies tendem a desaparecer, com destaque para a girafa camelopardalis angolensis, que actualmente é observada em território namibiano.
Lembrou que o parque foi criado em 1964 para proteger a girafa camelopardalis angolensis, crendo-se que actualmente já não existe nenhuma.
A par desta, realçou que os elefantes, palancas vermelhas, onça, avestruzes, zebra, leopardo, hiena, abutres, javalis macacos, jibóias estão, igualmente, em vias de desaparecerem do parque.
Tchikungo Contreiras apontou ainda a caça furtiva e o abate indiscriminado de árvores, com destaque para o mupame e o girasonde, como acções que põem em risco a conservação e preservação do habitat natural.
Para reverter o quadro, disse que o governo da província criou, em 2020, uma comissão encarregue para o levantamento do potencial turístico, tendo-se ainda contratado seis fiscais.
No âmbito do relançamento e funcionamento dos parques nacionais, está em curso o processo de estudo para a construção da administração do referido parque.
O Parque Nacional da Mupa foi estabelecido como Reserva de Caça em 1938 e transformado em Parque Nacional em 1964.
Constituído como Reserva Internacional, que serve de corredor endémico para circulação de animais da Namíbia, Angola, Zimbabwe e Botswana, por dispor de pasto e recursos hídricos para o animais.
O Dia Mundial do Habitat é celebrado anualmente na primeira segunda-feira do mês de Outubro, com o objectivo de permitir a reflexão sobre o estado da conservação e preservação deste indicador ecológico.