Lobito – A ambientalista angolana Fernanda René apelou, esta quarta-feira, aos residentes do Lobito, província de Benguela, a absterem-se da pesca, poluição e construção de moradias na zona dos mangais daquela cidade, para sua preservação.
Falando à ANGOP, via telefone, por ocasião do Dia Mundial para conservação do Ecossistema de Mangue, que hoje (26/7) se comemora, a fundadora da Organização Não Governamental Otchiva revelou que tem tido contactos com o Governo Provincial de Benguela, no sentido de proibir a cedência de espaços nas zonas húmidas.
Fez questão de lembrar que a cidade do Lobito perdeu muitos espaços com o aterro de mangais, dando como exemplo a superfície adjacente à rotunda que liga os bairros da Cassai, Compão e Caponte, assim como outros, na zona da Cabaia, onde surgiram residências e estabelecimentos comerciais.
“O lixo, a poluição das águas pluviais, a pesca, sobretudo com rede, têm provocado consequências nefastas para estas zonas húmidas. Por isso, apelamos as empresas, como a Sonamet, para ter o cuidado de evitar o derrame de fluidos nestes espaços”, advertiu.
Segundo ela, durante as campanhas de limpeza nos mangais, a organização tem encontrado aves migratórias, principalmente o flamingo, que é o símbolo da cidade do Lobito, mortas, devido a ingestão de sacos de plástico e outros materiais poluentes”, lamentou.
Fernanda René defendeu a construção de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) para evitar a poluição das águas pluviais no resto dos mangais que existem na cidade do Lobito.
Para ajudar a combater essas “más práticas”, a Otchiva tem estado a trabalhar arduamente com os chamados “guardiões de mangais”, constituídos por estudantes, inclusive motoqueiros e mulheres zungueiras, para a conservação daqueles ecossistemas.
A Otchiva tem contribuído na reflorestação e protecção dos mangais ao longo da zona costeira angolana, permitindo a preservação da existência de várias espécies marinhas, desde crustáceos, peixes e aves, com destaque para os flamingos e pelicanos. TC/CRB