Luena – O ambientalista Castilho Canes Chilombo Boa, alertou neste sábado, no Luena, sobre os perigos de uma possível progressão “descontrolada” da ravina do bairro Aço, arredores do Luena, por estar a ser transformada em aterro sanitário, pela população.
Nos últimos dias tem crescido acções de agressão ao ambiente no local, com a população a depositar lixo na ravina, o que pode resultar na precipitação da erosão com o retomar das chuvas.
A próposito, o ambientalista Castilho Boa, afirmou à ANGOP, que os resíduos sólidos não servem para estancar as ravinas, pelo contrário, contribuem para a sua progressão e potenciam a poluição dos rios.
Afirmou que as ravinas devem ser estancadas por técnicas de engenharias ou ambientais, entre as quais, a plantação de eucaliptos, bambus, cedros, pinheiros e outras plantas.
Afirmou que o lixo jogado na ravina, para além de contaminar o rio Luena, sobretudo, nos dias de chuva, poderá causar inundação e desassoreamento do próprio rio, proliferação de doenças diarreicas agudas e de fórum respiratório.
O ambientalista apelou para o cumprimento da legislação sobre o controlo da produção, depósito, transportes, gestão de poluentes gasosos e sólidos, estabelecendo padrões de qualidade ambiental urbana e não urbana, com base na Lei 5/98 de 19 de Julho.
Segundo Castilho Boa, para isso deve-se respeitar profundamente as regra e os critérios básicos previstos na Política Nacional do Ambiente, que passam pela rapidez na recolha, reciclagem e reutilização de resíduos sólidos e, por fim, responsabilizar criminalmente os infractores.
Das 21 ravinas existentes no Moxico, a do bairro Aço, a sul da cidade do Luena, é a que mais preocupa, sobretudo, na época chuvosa.
Nas imediações da referida ravina estão várias infra-estruturais económicas e sociais, como as instalações de uma central térmica, do corpo de Bombeiros e a emissora local da Rádio Nacional de Angola (RNA).
População preocupada com o depósito de resíduos sólidos
Em relação aos amontoados de lixo na ravina do bairro Aço, alguns moradores culpam as operadoras de limpeza afectas à Administração Municipal do Moxico (sede provincial), responsável pelo depósito e acumulo dos resíduos sólidos na ravina.
O morador Eusébio Fonseca disse que ultimamente tem sido frequente no bairro a presença de motorizadas de três rodas (basculantes) carregadas de lixo vindo, alegadamente, da cidade e periferia.
Por seu turno, Amélia Edna explicou que as motorizadas da Administração Municipal, para além de alguns moradores, têm depositado o lixo no interior da ravina, comprometendo a saúde dos habitantes, sobretudo das crianças.
Já Zacarias Tcheno, outro morador, afirmou existirem contentores de lixos nas redondezas, mas as pessoas insistem em depositar na ravina do bairro.
Disse ser necessário instruir a população em colocar o lixo nos contentores, para se evitar doenças na comunidade, uma vez que há contentores em vários pontos.
Sobre o assunto, a directora do gabinete municipal do Moxico para o Saneamento Básico e Espaços Verdes, Tânia Soraya Gouveia Pinto, informou que está proíbido o depósito de resíduos sólidos no local.
“Os que persistirem serão responsabilizados criminalmente, uma vez que, do ponto de vista ambiental, é crime, e poderá acarretar várias consequências ambientais e de saúde”, disse.
Sem falar as quantidades de lixo produzido mensalmente, informou que existe dois locais afastados, a sul e oeste da cidade, seleccionados para o depósito de resíduos sólidos produzidos no Luena e periferia.
Disse que a Administração Municipal vai redobrar a fiscalização na ravina do Aço e outros locais da urbe, para desincentivar o depósito, neste e outros locais, bem como da vandalização de contentores que acontece na urbe e seus arredores.