Lubango - O envio de estudantes angolanos à Universidade Federal de Lavras (UFLA), no Brasil, no quadro de um convénio internacional de formação de quadros com a empresa agrícola da Huíla, Jardins da Yoba, inicia em Agosto deste ano, com os primeiros dois, com vista ao alcance de uma produção mais sustentável.
A informação foi avançada neste sábado (6), pela especialista em genética e melhoramento de plantas da UFLA, Flávia Botelho, no final do workshop sobre melhoramento genético de plantas, com a introdução à estruturação de programas de selecção e melhora das culturas de milho, soja, trigo e arroz, decorrido no Lubango, desde quinta-feira, última.
Referiu tratar-se de formação de pós-graduação, graduação e doutoramento, fruto de um convénio rubricado em Dezembro de 2022 com a empresa Jardins da Yoba, depois do seu director-geral visitar à instituição e manifestar o interesse na formação.
Disse que a ideia é a curto, médio ou longo prazo formar-se estudantes com o treinamento e experiência do Brasil e voltarem para Angola para trabalharem na sustentabilidade agrícola. Inicialmente serão dois estudantes por ano.
Explicou que de momento vão trabalhar com estudantes já graduados, mas a ideia é levar também estudantes ainda não licenciados para a instituição, no referido convénio que não tem prazo de validade ou, pelo menos, vai durar até Angola caminhar com os seus próprios pés.
“Não adianta fazer projectos utópicos, temos de começar, nada foi feito ainda, esses estudantes tem de ser financiados, o que é oneroso. Queremos começar com o pé no chão. Não estamos a prometer levar 10, mas vamos formar dois por ano, na área de agronomia, especificamente em produção sustentável agrícola”, detalhou.
Por sua vez o director-geral da empresa, João Saraiva, afirmou que com a oportunidade da Universidade Federal de Lavras vão continuar com o caminho da especialização e ter mais quadros nacionais a trabalhar e impactar o sector, pois só com o pessoal alargado e capacitado assegura-se a transferência tecnológica, através da assistência técnica e da extensão rural.
“O objectivo é o envio de 10 jovens por ano ou mais. Podemos acelerar o processo com a agregação de mais universidades brasileiras e de outros institutos de formação daquele país, uma vez que o Brasil está aberto a cooperação com Angola”, disse.
Realçou que a cooperação com Brasil é estratégica e vai permitir que consigam não só a capacitação académica de jovens a um curto, médio e longo prazo, mas também de empresas e instituições que são determinantes para o sucesso, sobretudo, do PLANAGRÃO e do PLANAPECUÁRIA.
Por sua vez, a vice-governadora para o sector Político, Social e Económico da Huíla, Maria João Chipalavela, ao fazer o encerramento do workshop, salientou que o desafio da revolução verde começa agora e o país têm o privilégio da base ser na sua maioria jovem, que pensam e podem fazer a diferença, pelo que precisam de maior comprometimento com a melhoria da agricultura no país.
"Aproveitem a oportunidade, pois são a geração que vai fazer a diferença, que vai trazer a mudança no país, no que se refere a segurança alimentar, contamos com cada um de vocês. Podem fazer diferente, começando com a Huíla", manifestou.
Participaram do workshop sobre melhoramento genético de plantas com a introdução à estruturação de programas de selecção e melhora das culturas de milho, soja, trigo e arroz, 139 jovens, sobretudo estudantes do ensino superior ligados a agronomia. EM/MS
