Luanda - O projecto que autoriza a entrada de sementes geneticamente modificadas de milho, soja e algodão em Angola constitui um dos factores que estimula a produção e a expansão do sector agrícola no país, considerou, esta quarta-feira, em Luanda, o director do Serviço Nacional de Sementes, Augusto da Silva.
O responsável, que falava durante a primeira reunião técnica do Comité de Sementes Geneticamente Modificadas, orientada pelo ministro da Agricultura e Florestas, o director disse que essa medida poderá colmatar o défice de sementes para o cultivo no país, sobretudo na cultura de cereais.
Augusto da Silva sublinhou que a projecção de consumo de milho e soja, em 2025, em Angola, é de cerca de sete milhões de toneladas, contra os actuais três milhões que Angola produz.
No segmento da cultura do algodão, realçou que a indústria têxtil angolana tem a necessidade de consumir 23 mil toneladas de algodão-fibra, uma quantidade que o país ainda não possui.
Por seu turno, a directora do Serviço Nacional de Controlo de Qualidade, Isabel Miguel, avançou que as condições estão criadas para o controlo e análise das sementes, tendo o sector contar com vários parceiros internacionais neste processo.
"Realizamos formação de capacitação aos nossos técnicos e recebemos equipamentos para a realização dos trabalhos", afirmou.
Por sua vez, o presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, aconselhou que o país pondere a introdução das referidas sementes, defendendo a implementação, numa primeira fase, da semente do algodão.
De acordo com o também economista, para se trabalhar no aumento da produção é necessário olhar, primeiro, para as famílias agricultoras, aumentando os incentivos e as politicas que garantam uma maior participação agricola, bem como melhorar as estradas.
Apontou também a necessidade de se aumentar o orçamento para o sector, melhorar a estrutura organizativa do sector, facilitar a certificação das propriedades, corrigir os solos, o acesso ao crédito, a mecanização, entre outros.
A primeira reunião técnica do Comité de Sementes Geneticamente Modificadas visou analisar o Projecto de Decreto Presidencial que autoriza entrada de sementes geneticamente modificadas de milho soja e algodão no país e contou com a participação de empresários, agricultores e técnicos de vários departamentos ministeriais. ASS/QCB