Humpata - Trinta e um técnicos extensionistas de comunidades afectadas pela praga de gafanhotos, nas províncias de Benguela, Cuando Cubango, Namibe, Cunene e Huíla, recebem formação sobre o uso de aparelhos electrónicos no combate ao fenómeno.
De entre as insecticidas mais usadas no combate aos gafanhotos estão cipermetrina, fipronil e tiametoxam, mas o seu uso excessivo e errado pode fazer surgir organismos cada vez mais resistentes, segundo a FAO.
Essa situação incentivou o Governo angolano a apostar na formação de técnicos, para o uso futuro de aparelhos que emitam ondas electro-magnéticas e som, como opção menos invasiva para combater a praga.
A acção, iniciada na última terça-feira, no município da Humpata, é promovida pelo Ministério da Agricultura e Pescas, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), e visa aumentar a capacidade de alerta sobre os perigos da praga de gafanhotos na produção agrícola.
A informação foi prestada hoje, quarta-feira, pelo representante da FAO em Angola, Panzo Rodrigues, realçando que os extensionistas das províncias do Centro e Sul do país abordam, entre outras matérias, a biologia e monitorização de gafanhotos, com uso de aparelhos electrónicos.
Segundo o representante, o objectivo é habilitar o sector a dar resposta às preocupações que afectam os agricultores no país, resultantes de diferentes pragas, com realce para a de gafanhotos, que teve efeitos transfronteiriços que dizimaram a produção.
Por sua vez, o administrador adjunto para a área técnica da Humpata, Carlos Xavier, disse que o município acumulou alguma experiência no combate à praga, ressaltando as dificuldades enfrentadas, sobretudo nos meios rudimentares usados para o efeito.
A praga de gafanhotos entrou em Angola pela província do Cuando Cubango, passou pela do Cunene, Namibe e Benguela, chegando à Huíla, em Maio do corrente ano, atingindo os municípios da Humpata, Chibia e Lubango.