Lubango - Pelo menos, 150 pessoas, entre produtores, empresários e estudantes, ligados à agro-pecuária beneficiaram, no fim-de-semana, no Lubango, de uma formação sobre contabilidade no sector, uma componente essencial na gestão das empresas e pequenas explorações agrícolas e pecuárias, numa promoção da empresa Jardins da Yoba.
Trata-se do workshop de “Contabilidade Agrícola na gestão das empresas agropecuárias”, promovido em parceria com a Associação Agro-Pecuária Comercial e Industrial da Huíla (AAPCIL) e a Administração Geral Tributária (AGT).
Os participantes foram elucidados sobre o marco legal e normativo das legislações fiscais e contribuições sociais no âmbito das empresas agro-pecuárias, incentivos fiscais, subsídios e bonificação ao depósito de pequenas e médias empresas do sector.
Foram ainda dadas matérias sobre o regime de contribuições sociais aplicados às pequenas e médias empresas agro-pecuárias, modelos de gestão e contabilidade da Jardins da Yoba e das empresas agrícolas familiares, bem como do de classificação e organização do imobilizado corpóreo agro-pecuários e activos biológicos.
A formação teve como finalidade a partilha de experiências com promoção de um entendimento comum sobre os desafios enfrentados na contabilidade agrícola em Angola, demonstrar como o cálculo pode ser uma ferramenta integrada à gestão estratégica, promover uma cultura de gestão financeira eficiente na agro-pecuária e incentivar o uso de indicadores financeiros.
Ao falar durante o workshop, o responsável pelo direito de logística e operações da Jardins da Yoba, André de Oliveira, disse que acreditam que a agricultura é um pilar impulsionador do desenvolvimento, pelo que há necessidade de usar a contabilidade como uma ferramenta de gestão no sector.
“Não temos ainda uma agricultura propriamente num sistema de fiscalização, tentamos adaptar os modelos de contabilidade para as práticas agrícolas e daí tivemos a possibilidade de trazer o debate para em conjunto encontrar soluções que favoreçam os actores envolvidos”, manifestou.
Ressaltou que as empresas agro-pecuárias enfrentam desafios significativos, como dificuldades no acesso ao crédito, gestão ineficiente de recursos, volatilidade dos mercados e a falta de ferramentas de controlo financeiro adequadas às particularidades da agricultura no país.
Frisou que uma criteriosa implementação de um sistema de contabilidade agrícola emerge como uma ferramenta essencial para apoiar os gestores e produtores na tomada de decisões, permitindo uma alocação eficiente de recursos, a maximização de resultados e a mitigação dos riscos.
Admitiu existirem gestores e produtores que ainda carecem de capacitação e práticas contabilísticas adequadas, o que limita o potencial de crescimento e sustentabilidade do sector, situação que querem ultrapassar com a formação ministrada.
Por sua vez, o presidente da AAPCIL, Paulo Gaspar, destacou a necessidade dos agricultores e empresários perceberem a legislação e compreender de que forma podem fazer a sua contabilidade, pagando o que é devido em termos de fiscalidade.
As pequenas e micro empresas, agricultores familiares, segundo o gremista, ainda desconhecem como pagar as suas obrigações, assim como estruturarem e fazerem a sua contabilidade, daí a formação para que comecem de forma gradual a cumprir a lei e fazerem as suas contas. EM/MS